O caos na saúde pública de Campo Grande continua e o descaso da prefeita Adriane Lopes (PP) tem provocado fatos inusitados. O último foi ontem (23), quando uma moradora do Bairro Itamaracá precisou acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas foi surpreendida por uma negativa no atendimento, que se recusou a prestar o socorro e a orientou a apenas procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro.
Para a reportagem do site TopMídiaNews, a moradora, que não quis se identificar, disse que ligou para o serviço de urgência por volta das 9h, em busca de socorro para a mãe, de 50 anos, que relatou dormência nos dois braços e calafrios. Ao ser atendida, foi orientada pelo SAMU a buscar ajuda de vizinhos ou parentes, e levar a mãe até uma UPA, pois não haveria ambulâncias disponíveis.
“Não sabíamos o que ela tinha. Liguei para pedir socorro e me disseram pra eu mesma levá-la. Queria expor essa situação porque, até quando, nós, a população vamos ser enganados por prefeitos, governadores, seja quem for? Até quando vamos precisar de um atendimento, seja nas UPAs, ou até mesmo SAMU, bombeiro, polícia, e vamos ser ignorados pela falta de recursos?”, desabafou.
A mulher acabou sendo levada até uma unidade de atendimento por um familiar e recebeu o diagnóstico de crise de ansiedade. “Já tinha passado mal outras vezes quase da mesma maneira, porém dessa vez foi com mais intensidade, mas nunca diagnosticada com ansiedade”, explicou a filha.
Mesmo com o alívio do diagnóstico, a moradora reforça a preocupação com a precariedade no atendimento de urgência da Capital. “Espero que a prefeitura ou alguém à frente deles invistam mais na saúde pública porque estamos ‘abandonados’. Sinto um enorme descaso quando precisamos de uma urgência ou até mesmo uma medicação prescrita por um médico e não tem na rede pública”, disse.
“O que mais vai precisar acontecer para eles tomarem a iniciativa de investir nisso? Vai precisar que pessoas venham a óbito por falta de atendimento ou por falta de uma medicação? Não foi o caso da minha mãe, mas vai saber quantos casos foram abafados ou até mesmo ignorados por falta de recursos”, questionou.
Há apenas cinco meses, Campo Grande recebeu sete novas ambulâncias, sendo seis de Suporte Básico (para ocorrências de menor gravidade, onde o paciente está orientado e consegue interagir com a equipe) e uma de Suporte Avançado (para situações mais graves, como acidentes severos paradas cardiorrespiratórias e ferimentos graves). A Capital deveria ter, após as novas aquisições, 23 unidades.
No entanto, segundo a prefeitura, o Samu conta atualmente com 10 Unidades de Suporte Básico (USB) e 4 de Suporte Avançado (USA), “todas em plena operação”. “O serviço realiza atendimentos de urgência e emergência pré-hospitalares, recebendo cerca de 650 ligações diárias em média, 450 resultam em acionamento de viaturas. As demais são orientações para casos sem risco à vida, nos quais o paciente pode se dirigir por meios próprios a uma unidade de saúde, conforme avaliação médica. Reforçamos que não há falta de viaturas e todas estão operando normalmente”, diz a prefeitura.
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