O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) está operando em Campo Grande (MS) com menos da metade das ambulâncias que tem na sua frota. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), apenas oito das 18 ambulâncias do Samu estão nas ruas prestando socorro aos moradores do município.
Ainda conforme a Sesau, das dez ambulâncias paradas, oito estão em manutenção e duas entraram em processo de desmontagem para o aproveitamento de peças, pois não têm mais condições de uso.
Uma auditoria, realizada pelo Ministério da Saúde, através do Plano Anual de Auditoria do SUS (Sistema Único de Saúde), expôs as falhas do Samu de Campo Grande, chamando a atenção para o “sucateamento” das ambulâncias e para a demora na manutenção.
Segundo o relatório, elaborado entre janeiro de 2022 e junho de 2023, dez das 18 ambulâncias estavam em circulação no período, enquanto oito estavam “encostadas” em manutenção.
Um ponto observado foi que três destas oito estavam paradas durante longos períodos, de 6, 8 e 12 meses. Ao todo, teriam sido investidos R$ 3,6 milhões nos reparos.
Apesar dos gastos, consta no relatório que todas as ambulâncias em rotatividade estavam com ar condicionado danificado, e algumas ainda possuíam problemas que exigiam manutenção preventiva, como por exemplo no pedal do freio, nos pneus, na lâmpada de ré, na sirene, no giroflex e no assoalho.
Além disso, apresentavam compartimentos e macas soltos e não possuíam materiais e equipamentos obrigatórios, como estetoscópio infantil e protetores para queimados ou eviscerados, por exemplo.
Foi verificada ainda a falta de seis medicamentos de 26 obrigatórios para os veículos de Suporte Avançado.
A Prefeitura Municipal de Campo Grande informou que a vida útil de cada viatura é de cinco anos e que é de responsabilidade do Ministério da Saúde fazer a substituição imediata dos veículos, o que não ocorreu.
“O município, através da Portaria n° 3.257 do Ministério da Saúde, publicada em 07 de março de 2024, deverá receber novas seis viaturas, contudo, ainda não há data prevista para tal”, disse por meio de nota.
A Prefeitura defende ainda que, como as viaturas já ultrapassam os cinco anos de vida útil, as manutenções acabam ficando mais caras, o que sobrecarrega o Município.
Sobre os medicamentos, a administração municipal informou que “grande parte foi descontinuado, conforme a portaria vigente, e outros foram regularizados, como a Lidocaína e Ketalar”.