Durante o Workshop sobre a Rota Bioceânica realizado na tarde ontem (15), no Sebrae/MS, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, garantiu para 2027 a entrega da obra física da via, que compreende a pavimentação de trechos de rodovias no Paraguai e Argentina, construção da ponte sobre o Rio Paraguai e do acesso, bem como a reestruturação da BR-257 até Porto Murtinho.
Entretanto, ele alertou que a rota só será concretizada de fato quando estiver sendo operacionalizada. “Só vai gerar impacto no dia em que a gente sair com um produto daqui de Mato Grosso do Sul e chegar com ele à China a um preço competitivo”, enfatizou, completando que, além das obras físicas, há muitos desafios na transposição das fronteiras que precisam ser solucionados a fim de tornar a rota competitiva.
A fala do secretário Jaime Verruck foi no sentido de que o desafio de administrar a governança da rota, cuidar para que os gargalos sejam superados e os impactos econômicos, sociais, ambientais, minimizados. O secretário alertou que o mundo está atento ao que ocorre na região e sabe que a rota só será efetivada se for atrativa para a China.
“Atualmente, 80% dos contêineres que trazem produtos da China aos portos do Pacífico retornam vazios. Estamos falando no aproveitamento desse frete a um custo reduzido. Esses contêineres podem voltar cheios de carne”, ponderou.
Ademais, com a rota em plena operação, Mato Grosso do Sul deve se transformar em porta de entrada de produtos chineses para o Brasil, o que implicará num redimensionamento das estruturas alfandegárias e logísticas do Estado, frisou. “As universidades têm papel importante nesse momento, sobretudo chamando as instituições dos outros países para trabalhar no tema a fim de fazer com que o progresso chegue para todos. Ninguém quer que a rota passe pelo local, querem participar, fazer parte desse novo momento de oportunidades”, concluiu.
Já o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Ricardo Sena, destacou a importância da academia no sentido de “dar um olhar” para os projetos que o governo tem sobre a Rota. “Onde houver lacunas, a academia pode dar sua contribuição pontual”, frisou.
O presidente do Conselho do Sebrae/MS, professor Jones Dari Goettert, reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), disse que é fundamental conjugar “envolvimento com desenvolvimento” e o grupo pode pensar ações, projetos e programas integrar a sociedade civil nas oportunidades que a rota proporciona.