Passados 20 dias desde que virou réu por supostamente chefiar uma organização criminosa ligada à exploração do jogo do bicho, conforme denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) aceita pela Justiça, o deputado estadual Neno Razuk (PL) segue sua rotina normal na Assembleia Legislativa.
Para agravar ainda mais a situação, mesmo sendo réu, ele ainda é o presidente da Comissão de Ética da Casa de Leis, que parece ignorar o fato. Ou seja, Razuk, denunciado desde dezembro passado, ainda comanda um colegiado que existe para investigar a conduta dos deputados estaduais e a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa até agora não se pronunciou sobre o caso.
Consultada ontem à tarde pela reportagem do jornal Correio do Estado, a assessoria de comunicação do legislativo estadual informou que a questão tem sido estudada pelo setor jurídico da Casa e, até agora, não tinha recebido nenhum dado que pudesse divulgar à imprensa.
Extraoficialmente, a reportagem soube que o deputado só poderia ser incomodado acerca da acusação caso alguma legenda política exigisse um posicionamento do legislativo, mas isso ainda não aconteceu. A assessoria do legislativo confirmou que Neno segue como presidente da Comissão de Ética.
Por regra das assembleias legislativas do país, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar tem a competência de “zelar pela observância dos preceitos do Código de Ética e Decoro Parlamentar e do Regimento Interno, atuando no sentido de preservar a dignidade do mandato parlamentar, poderá instaurar uma sindicância, solicitando a perda de mandato do deputado ou deputada, que será decidida pela Assembleia Legislativa.