Repugnante. Vereador recebe R$ 4 mil da Prefeitura para “trabalhar” no próprio hospital. Toma contribuinte!

Em tempos de falta de credibilidade da classe política e crise financeira nos cofres públicos não pega bem para determinados representantes do povo se beneficiarem. Um exemplo disso é o “nobre” vereador Antônio Ferreira da Cruz Filho, o popular Dr. Antônio Cruz, do PSDB, que, se já não bastasse receber salário de R$ 31,8 mil da Câmara, ainda ganha R$ 4 mil da Prefeitura de Campo Grande para ser dono do próprio hospital.

Antônio Cruz, que já está no quinto mandado de vereador de Campo Grande, tem subsídio mensal de R$ 15.031,76 por mês como vereador. Além disso, ele tem direito a verba indenizatória de R$ 16,8 mil mensal.

Ou seja, só para atuar como vereador, ele já recebe um bom salário e poderia abrir mão do vencimento como médico na rede municipal de saúde, que sofre com a falta de médicos, de dinheiro, de remédios e de vagas nos hospitais.

Além disso, como administra o Hospital Evangélico de Campo Grande, ele não tem tempo para atender em uma unidade básica de saúde e, então, solicitou ao prefeito Marquito Trad (PSD), a sua cedência para o seu hospital.

Apesar da política rigorosa de reduzir gratificações e não permitir a cedência de servidores para outros órgãos públicos, o prefeito aceitou o pedido do vereador tucano e publicou, na edição do Diário Oficial de Campo Grande, a cedência do médico Antônio Cruz para o Hospital Evangélico, com a manutenção do pagamento do salário integral, que foi de R$ 4.072,05 no mês passado.

Cruz fundou o Hospital Evangélico em 1994, seis anos após ser eleito vereador pela primeira vez. Desde então, sempre usando a estrutura do hospital, ele fez a carreira política, onde já se elegeu deputado federal por três ocasiões e vereador por cinco.

A sociedade fica indignada porque o município paga salário integral para o pastor trabalhar como “dono” do seu próprio hospital. Ou seja, enquanto nega gratificações e reduz salários de quem dá o sangue pela máquina municipal, o prefeito não corta o salário de quem não tem tempo de se dedicar à rede pública.

E pior ainda é o vereador, que deveria dar exemplo nos tempos de austeridade e vacas magras, mas segue nadando nas regalias possíveis graças ao mandato popular lhe outorgado por 3.380 eleitores no ano passado.