Terceiro Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios do Ministério do Trabalho e Emprego revelou que a disparidade salarial entre homens e mulheres apresentou uma queda de 1,8% em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, o abismo da média de remuneração entre os gêneros é de 25,32%, pois, no ano passado, homens recebiam 27,11% a mais.
No comparativo com as outras unidades da federação, o Estado figura como o sexto colocado no ranking de disparidade salarial entre mulheres e homens no País. Ainda de acordo com o relatório, a falta de equidade é ainda maior quando comparada à remuneração média, chegando a 33,91% – ou R$ 990 –, considerando que a média salarial de mulheres em Mato Grosso do Sul é de R$ 2.919,14, contra R$ 3.909,03 dos homens.
O indicador de salário contratual médio para a mulher no Estado é de R$ 1.841,00, enquanto para o homem é de R$ 2.299,65. Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 81.613 vínculos trabalhistas de mulheres e 138.644 homens, uma proporção de 36,51% de mulheres. Para o cálculo, o relatório se baseou em 640 empresas com 100 ou mais funcionários.
Na média nacional, a disparidade ainda é alta, de 20,87%, com um aumento de 0,18% desde o último relatório. O fator racial também segue como um dos maiores desafios no diagnóstico nacional. Por exemplo, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.864,39 enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06, ou seja, 38% a mais.
Em Mato Grosso do Sul, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.551,45 e mulheres não negras recebem R$ 3.465,76. Uma diferença de 26,4%. Um dado positivo mostrado pelo terceiro Relatório de Transparência Salarial é que houve um crescimento de 18,2% na participação das mulheres negras no mercado de trabalho.
O número passou de 3,2 milhões para 3,8 milhões de mulheres negras empregadas. Em relação ao número de estabelecimentos com, no máximo, 10% de mulheres negras, houve uma queda na comparação com os dados de 2023, saindo de 21.680 estabelecimentos para 20.452 em 2024.
Outro ponto positivo é o aumento na quantidade de estabelecimentos em que a diferença é de até 5% nos salários médios e medianos para mulheres e homens. A porcentagem da massa de todos os rendimentos do trabalho das mulheres, entre 2015 e 2024, variou de 35,7% para 37,4%.
O número de mulheres ocupadas aumentou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões (6 milhões a mais) em 2024, enquanto o de homens subiu de 53,5 milhões para 59 milhões (5,5 milhões a mais) no mesmo período.
O relatório também aponta que as mulheres diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens, enquanto as profissionais em ocupação de nível superior recebem 68,5% do salário dos homens. Já as trabalhadoras de serviços administrativos recebem 79,8% dos salários dos homens.
De acordo com o relatório, as menores disparidades de remuneração entre homens e mulheres estão em estados como Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%). Já na outra extremidade do ranking, com as maiores desigualdades, figuram Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).