Segundo o jornal Correio do Estado, o titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, teve acesso ao documento, que foi enviado para a delegada de Polícia Civil Ana Medina, diretora do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
Pelo levantamento, o grupo passou a comandar o jogo do bicho após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, que eram os responsáveis pela contravenção. O que ainda não se sabe é se a família Name vendeu o “ponto” para o grupo paulista ou se, após a prisão dos mandatários do jogo do bicho no Estado, a quadrilha aproveitou a “oportunidade” para se instalar na Capital.
No interior de Mato Grosso do Sul, ainda não é investigado se esse mesmo grupo paulista também é o responsável pelo esquema de jogos de azar. A relação de grupos de fora com o jogo do bicho é algo relativamente novo. Segundo o especialista em segurança pública Edgar Marcon, geralmente esse tipo de contravenção é feito por grupos locais ou ligados a organizações criminosas do Rio de Janeiro, onde os jogos de azar são bastante comuns.
Já o delegado-geral da Polícia Civil Roberto Gurgel destacou que o Estado tem ótimos índices e uma média de quase uma operação a cada dois dias, mas, muitas vezes, isso não é visto por esse trabalho ser sigiloso, mas que dá resultado.
A atuação de grupos paulistas no jogo do bicho no Centro-Oeste já foi alvo de uma operação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Em 2020, o MPSP deflagrou a Operação Sunset, cumprindo mandados de busca nas cidades de Marília, Ibitinga e Borborema, em São Paulo, e Dom Aquino, em Mato Grosso.
A investigação teve como alvo três organizações criminosas com sede em São Paulo, as quais promovem a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho realizado em dezenas de cidades paulistas e de outros estados.