O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) se lançou como pré-candidato ao Senado nas eleições gerais do próximo ano em Mato Grosso do Sul. Se eleito, ele quebrará um tabu que persiste há 40 anos, sendo o primeiro ex-governador a conquistar uma cadeira no Senado desde 1986.
Esse marco remete à eleição de Wilson Barbosa Martins, do então PMDB, que deixou o cargo de governador em 14 de maio de 1986 para concorrer ao Senado. Ele foi sucedido pelo vice-governador Ramez Tebet, também do PMDB, que ocupou a governadoria por exatos 10 meses, enquanto Wilson Martins exerceu seu mandato no Senado de 15 de março de 1987 até 1º de janeiro de 1995.
Desde a morte de Martins, que faleceu aos 100 anos em fevereiro de 2018, nenhum ex-governador conseguiu tal feito, apesar de tentativas de outros dois governadores eleitos, Pedro Pedrossian (PTB) e Zeca do PT, em 2002 e 2018, respectivamente.
Pedro Pedrossian foi derrotado nas urnas pelo novato Delcídio do Amaral (PT), que ficou no cargo por dois mandatos, mas foi cassado em maio de 2016. Já Zeca do PT teve seu registro de candidatura ao Senado impugnado em agosto de 2018, após ser condenado por improbidade administrativa.
Com Zeca fora da disputa, Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) foram eleitos, com Soraya vencendo pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, que na época ajudou a eleger diversos apoiadores na chamada “Onda Bolsonaro”.
QUEBRA DE OUTRO TABU
Caso seja eleito, Azambuja não apenas quebrará o tabu de 40 anos, mas também celebrará uma segunda conquista consecutiva. Em 2022, ele conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Riedel, tornando-se o primeiro governador reeleito a alcançar tal feito em Mato Grosso do Sul após 32 anos.
Natural de Campo Grande e filho de Zulmira Azambuja Silva e Roberto de Oliveira Silva, Azambuja foi o 11º governador do Estado. Filiado ao PSDB, ele começou sua trajetória política como prefeito de Maracaju em 1996, sendo reeleito em 2000. Em 2006, foi eleito deputado estadual com a maior votação da história do Estado, obtendo 47.772 votos.
Em 2010, foi eleito deputado federal com cerca de 122.213 votos, e em 2014, conquistou o cargo de governador ao derrotar Delcídio do Amaral no segundo turno. Quatro anos depois, em 2018, foi reeleito, novamente no segundo turno, desta vez contra o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).
