As redes sociais do pai de aluno da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Professora Iracema de Souza Mendonça, no Bairro Universitário, em Campo Grande, que agrediu uma coleguinha negra do filho têm postagens de cunho racista e suástica nazista. Em uma delas, postada no dia 11 de outubro, época de eleições presidenciais, além de legenda contra o PT, uma foto com duas impressões também foi compartilhada.
Nos papéis, um deles com símbolo nazista e o outro com um desenho de uma arma de fogo, tendo como legenda “Morte a negrada”. Vale lembrar que racismo e apologia ao nazismo são crimes, com penas de um a três anos de reclusão e multa.
Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) disse que as primeiras apurações, conforme relato do pai, indicam que não se trata de um caso de racismo. Sendo que o mesmo será investigado e tratado diretamente pelas autoridades competentes, e que está dando apoio à diretora e às famílias das duas crianças.
O homem invadiu a escola municipal no bairro Universitário, onde agrediu a diretora e uma criança de quatro anos. Mesmo tendo o acesso negado, ele insistiu em entrar na escola, para afastar a menina do seu filho. Diante da negativa da diretora, ele a segurou com força no braço esquerdo, desprendendo o braço dela da grade e a empurrou para trás.
Após isso, ele foi onde estava o filho, empurrou a criança, falou algo, apontou o dedo para a criança e saiu da escola com o filho. Posteriormente, ele retornou à escola com o filho e entraram na sala da diretora. Segundo o registro policial, o pai dizia diversas vezes para o filho bater na coleguinha, caso ela se aproximasse dele.
Na delegacia disse que o filho tem fobia de abraços e estava, apenas, defendendo o menino da colega. Ainda segundo o depoimento do pai na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), o homem falou que ficou nervoso com a situação, já que havia pedido para a professora afastar a menina de perto de seu filho, mas que nada foi feito.
Ele ainda disse à polícia que também fez o mesmo pedido para a diretora da escola, mas nada foi feito. Com isso, ele começou a ficar nervoso e falou que iria entrar para afastar as crianças, tendo sido impedido pela diretora. Na sequência, ele empurrou a diretora e foi até onde estava a menina, afastando de seu filho, pegou o menino e foi embora.
Troca de escola
Ainda sem entender o motivo da agressão contra a filha de apenas 4 anos, o pai decidiu tirar a menina da escola. A menina estava estudando há um ano na escola. “É extremamente alegre, gosta de demonstrar o carinho dela através do contato. Abraça, beija, principalmente quando tem outras crianças envolvidas”, descreve o pai sobre a filha.
O supervisor de pós-vendas, de 42 anos, e a mãe da pequena já prestaram depoimento na delegacia. O pai afirma que a filha ficou triste com o ocorrido e quando estavam na delegacia, questionou o que estava acontecendo. “Mamãe, esse é o pai do meu amiguinho, que brigou comigo, por isso ele está sendo preso?”, questionou.
“Mesmo que seja caracterizado como ato racista, não queremos enfatizar isso para ela. Vamos alimentar algo que talvez lá na frente vai tentar se proteger ou se sentir coagida por qualquer situação”, pondera o pai. Ele também salienta que nada justifica a agressão contra uma criança. “Nenhuma ação que o motivou justifica uma atitude como essa”.
As advogadas da família da menina também afirmam que nada justifica a agressão. “Não estamos imputando nenhum crime a ele, porque o caso já está com a polícia e será investigado. Porém, não existe aos nossos olhos nenhuma justificativa. É prematura qualquer acusação, mas há esse ponto de interrogação”, disse Lione Balta Cardozo.
“Estamos falando de duas crianças de 4 anos. Então qual o ambiente que esse cidadão está criando essa criança? Qual ser humano ele está criando? A gente tem essa problemática até para o Conselho Tutelar averiguar as condições dessa família. Fiquei extremamente preocupada com a declaração dele em falar, dentro da delegacia, que mandou o filho dar porrada em uma menina de 4 anos. É muito grave”, finaliza Lione. Com informações dos sites Midiamax e Campo Grande News