Os três chefes que estavam de serviço no Agrupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai, em Assunção (PY), bem como um suboficial que deixou sua guarda, foram indiciados pela fuga de dois líderes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), Thiago Ximenes, 34 anos, e Reinaldo de Araújo, 27 anos.
Além disso, ainda foram indiciados o detento Sergio Daniel Ramirez Aguilar, 42 anos, mais conhecido como “Malavisión”, e sua namorada Yennifer Alodia Monges Chaparro, 18 anos, que foi capturada na noite de segunda-feira (17) em seu apartamento localizado a poucos metros do Palácio de Justiça de Assunção.
Os quatro policiais indiciados são Enrique Dario Vizcarra Benitez, 51 anos, Carlos José Raúl Vera Cáceres, 42 anos, Cristian David Fariña Soler, 31 anos, e Juan Pio Gregorio Rojas Mendoza, 37 anos, todos ocupavam cargos de comando dentro do Agrupamento Especializado da Polícia Nacional.
Um dos promotores do caso, Marcelo Pecci, disse que Enrique Dario Vizcarra Benitez e José Raúl Vera Cáceres, como eram os chefes diretos, são os principais responsáveis pela fuga, pois autorizaram a remoção de um dos postos externos de vigilância e não restauraram a custódia. Cristian David Fariña Soler, por outro lado, seria o responsável por abrir a cela para que os brasileiros fugissem para o pátio.
Juan Pio Gregorio Rojas Mendoza, entretanto, supostamente pediu permissão para deixar premeditadamente descoberto seu setor e facilitar a fuga, sempre de acordo com a hipótese do Ministério Público, cuja equipe, neste caso, é completada pelos promotores de Justiça Hugo Volpe, Sapriza Alicia Alvarez e Maria Irene.
Segundo os dados, o detento Malavisión foi um dos principais ideólogos da fuga, já que de sua cela conseguiu identificar os pontos cegos pelos quais os criminosos brasileiros podiam escapar. Além disso, teria sido encomendado para subornar os policiais e ordenou sua jovem noiva para transportar os dois integrantes do PCC, bem como escondê-los em seu apartamento em Assunção.
Ela contou aos promotores de Justiça que seu namorado teria pago US$ 5 mil aos quatro policiais do Agrupamento Especializado, embora a equipe de investigação ainda não tenha determinado quanto eles cobraram de suborno.