O deputado estadual Jamilson Name, filho do empresário campo-grandense Jamil Name, 83 anos, que está preso desde o dia 27 de setembro de 2019 sob a acusação de chefiar milícia armada responsável por várias execuções na Capital, contratou o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, que fez laudo psiquiatra de Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou no dia 6 de setembro de 2018 o então candidato a presidente Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), para acompanhar a perícia sobre a insanidade mental do pai.
Segundo o site O Jacaré, réu por três homicídios e alvo de nove ações criminais, o octogenário pode estar com a síndrome do Delirium, suspeita o perito paulista. O deputado estadual Jamilson Name solicitou a instauração do procedimento de insanidade mental após o pai oferecer até R$ 600 milhões para ministro tirá-lo da cadeia e ameaçar de morte um agente do Garras, sendo que em ambas as manifestações ocorreram na frente do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, e comprometeram toda a estratégia da defesa de livrá-lo da cadeia.
Jamil Name está na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e o juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da Vara de Execução Penal, determinou a permanência do poderoso empresário no sistema federal por mais três anos. Devido à periculosidade, poder bélico e financeiro da suposta organização criminosa, o MPE alega que não há outro meio de garantir a ordem pública. Conforme os advogados Tiago Bunning e Renê Siufi, o psiquiatra suspeita que Jamil Name sofre da síndrome de Delirium, uma doença com alta taxa de mortalidade e que acarreta, principalmente, pessoas com mais de 60 anos.
O surgimento está ligado a hipertensão maligna, diabete descompassada e eventos trombóticos cerebrais. A defesa contratou o psiquiatra paulista Hewdy Lobo Ribeiro para acompanhar a perícia no empresário. O renomado profissional ficou famoso no ano passado ao realizar a perícia em Adélio Bispo de Oliveira, preso por ter esfaqueado do presidente Jair Bolsonaro. Ele concluiu que Adélio sofre do transtorno delirante grave. O parecer foi fundamental para a Justiça Federal determinar a internação de Adélio por tempo indeterminado.
O laudo causou muita polêmica, porque os seguidores de Bolsonaro e o próprio presidente acreditam que ele foi vítima de um complô da esquerda. Além do paulista, a defesa contratou o médico Raul Grigoletti, de Dourados, que também é clínico geral e vai acompanhar a realização dos exames. Entre os pedidos dos advogados, a Justiça poderá submeter Jamil Name a ressonância magnética do encéfalo, doppler das artérias carótidas e vertebrais e eletroencefalograma.
Caso seja confirmada a insanidade mental, Jamil Name poderá ser considerado inimputável e se livrar de nove ações criminais, que inclui milícia privada, obstrução de investigação, organização criminosa, tráfico de armas, corrupção passiva e ativa e pelas execuções do universitário Matheus Coutinho Xavier, do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão, e do chefe de segurança da Assembleia, Ilson Martins Figueiredo. A decisão caberá ao juiz Roberto Ferreira Filho.