A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) enfrenta a possibilidade de um processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, após ser flagrada em uma loja de luxo em Orlando, nos Estados Unidos, acompanhada do lobista Silvio Assis.
Imagens reveladas mostram a parlamentar ao lado de Assis, que é acusado de solicitar R$ 40 milhões a empresários do setor de apostas esportivas para evitar convocação na CPI das Bets, da qual Soraya foi relatora.
Informações anteriores indicam que assessores ligados à senadora têm laços familiares com Assis. Silvia Barbosa de Assis, irmã do lobista, atuava como assistente parlamentar no gabinete de Soraya desde o ano anterior, recebendo um salário de R$ 7.200. Além disso, em abril de 2024, David Vinícius Oruê de Oliveira, genro de Silvio, foi contratado como auxiliar parlamentar, com remuneração de R$ 14 mil mensais.
A relação entre a senadora e o lobista é evidente em um vídeo, onde Soraya acompanha Assis até o provador e elogia uma peça de roupa que ele experimentava, dizendo: “Tá linda!”. O marido da senadora, Carlos César Batista, empresário do setor de motéis em Campo Grande, também aparece nas imagens, distraído com o celular durante a interação.
Entre as condutas consideradas incompatíveis com a ética parlamentar estão a aceitação de vantagens indevidas e a prática de irregularidades graves, como desvio de recursos públicos ou uso do cargo para benefício próprio ou de familiares.
Caso uma representação formal seja apresentada, Soraya poderá ser alvo de investigação no Conselho de Ética do Senado, que é composto por 15 senadores titulares e 15 suplentes, atualmente presidido pelo senador Jayme Campos (União Brasil-MT).
As representações podem ser feitas pela Mesa Diretora do Senado, por partidos com representação no Congresso ou pelo próprio Conselho de Ética. As penalidades podem variar de advertência a cassação do mandato, dependendo da gravidade das apurações.
