Professor se candidata a presidente da Fetems para tirar grupo que está no comando há 20 anos

O professor Joaquim Soares de Oliveira Neto, 54 anos, se candidatou a presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) para tentar tirar do comando o grupo que controla a entidade há 20 anos.

Apesar de ser a maior e mais forte entidade sindical do Estado, a Federação estaria mais focada na construção de projetos pessoais do que em defender o professor, conforme o candidato de oposição.

“O descontentamento da categoria com a Fetems é grande”, criticou Joaquim Neto, dizendo que a tarefa não será fácil para enfrentar a candidata da situação, a atual vice-presidente Deumeires Morais.

Apesar de nunca ter conseguido votos suficientes para se eleger deputado federal ou vereador da Capital, o atual presidente Jaime Teixeira tem liderança forte entre os professores.

A última vez em que uma candidata de oposição ganhou o comando da Fetems foi no início do século, quando a professora Mara Carrara, de Três Lagoas, surpreendeu e comandou a entidade.

Ela não conseguiu emplacar o sucessor e perdeu a disputa para Jaime Teixeira, o atual presidente.

“Sempre estive na luta, sempre estive ao lado dos professores”, contou Joaquim Neto, relembrando a participação nas greves históricas da educação sul-mato-grossense.

Umas das principais bandeiras do candidato de oposição é conseguir a volta da paridade salarial do professor convocado e do concursado.

Uma das grandes derrotas da atual gestão foi a aprovação do projeto proposto pelo então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em julho de 2019 de pagar metade do salário pago ao efetivo para os professores temporários.

“A atual direção não evitou (a desvalorização salarial) e não cobra o cumprimento da promessa do atual governador”, acusou o professor.

Para ele, a Fetems perdeu os objetivos e é preciso que volte a lutar pelo professor e não defende ideologia partidária.

O candidato critica o uso da entidade na política, pois o atual presidente foi candidato a deputado federal em 2022 e a vereador da Capital no ano passado pelo PT, perdendo ambas.

“A atual diretoria da Fetems não dialoga com o professor”, lamenta o candidato. “Existe um descontentamento da categoria com a Fetems”, completou.

Ele propõe que a entidade passe a oferecer um atendimento especializado aos filiados.

Outra proposta é que a Fetems passe a oferecer assessoria jurídica individual aos professores, seguindo o modelo adotado pelos sindicatos e associais das policiais. Não se limite a entrar com ações coletivas.

“É preciso dar apoio jurídico para dar apoio aos professores de forma individual, com orientação jurídica e extrajudicial”, propõe Joaquim Neto.