A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (29), em Coxim (MS), Eduardo Alves Cury, de 55 anos, suspeito de arquitetar o assassinato do próprio pai, o fazendeiro e empresário Jefferson Cury, de 83 anos, morto em novembro de 2023 em Goiás, para ficar com a herança bilionária.
Ele foi localizado por volta das 6h30, em um rancho conhecido como “Rancho do Colin”, no distrito de Silvolândia, zona rural de Coxim, onde estava pescando no momento da abordagem. A ação foi realizada por equipes da 1ª Delegacia de Polícia de Coxim, em apoio ao GIH (Grupo de Investigação de Homicídios) de Rio Verde (GO).
De acordo com a investigação, o crime foi planejado pelos filhos do fazendeiro, Eduardo e Fernando Alves Cury, com a participação de um corretor de imóveis e de funcionários da fazenda, que trabalhavam para a família há 30 anos.
O grupo teria se articulado para impedir que Jefferson assinasse, no dia seguinte, um novo testamento, que transferiria todo o patrimônio, avaliado em cerca de R$ 1 bilhão, para uma holding, retirando os filhos da linha direta de herança.
O assassinato aconteceu na noite de 28 de novembro de 2023, quando Jefferson foi atingido por um tiro no rosto e morreu dentro de sua caminhonete, em uma estrada vicinal que leva à propriedade rural. O advogado dele, que estava no veículo, também foi baleado na cabeça, mandíbula e mão, mas sobreviveu.
Além dos dois filhos, a polícia identificou o envolvimento de um afilhado do empresário, filho dos caseiros, que teria participado da emboscada, e de um corretor de imóveis, responsável por intermediar a negociação das propriedades após a morte do fazendeiro. Um sétimo suspeito, apontado como pistoleiro contratado para efetuar os disparos, ainda é procurado.
Em Goiás e São Paulo, seis pessoas foram presas durante a operação e, com a prisão de Eduardo em Mato Grosso do Sul, o número de detidos chegou a sete. No total, a Operação Testamento cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e apreendeu cinco armas de fogo, sendo quatro compatíveis com o calibre usado no crime.
Após ser preso, Eduardo foi levado para a Delegacia de Polícia de Coxim, onde teve o mandado de prisão temporária cumprido e, em seguida, foi encaminhado ao sistema prisional, permanecendo à disposição da Justiça.
