Os procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato negociam uma delação premiada com o doleiro dos doleiros Dario Messer para que ele conte sobre suas ligações criminosas no Paraguai. Conhecido como o “irmão espiritual” do ex-presidente Horacio Cartes, o doleiro está preso desde 31 de julho no Brasi.
Os procuradores do Rio de Janeiro estão dispostos a conversar com Dario Messer sobre essa eventual delação premiada, mas eles só aceitariam essa possibilidade se as negociações incluíssem os atos de corrupção do doleiro no país vizinho.
Depois de mais de um ano como fugidio, Dario Messer foi preso pela Polícia Federal em um luxuoso apartamento de São Paulo (SP), onde morou com a namorada. Foi no dia 31 de julho, depois que investigadores do Brasil, com a colaboração de seus pares paraguaios, confirmaram sua localização após seguirem os passos de sua parceira, Myra de Oliveira Athayde.
Dario Messer é investigado por “lavar” cerca de US$ 1,65 bilhões. No Paraguai, estima-se que ele “lavou” cerca de US$ 100 milhões através de contas bancárias e por meio de empresas com o seu filho, Dan Wolf Messer, e com o primo de Cartes, Juan Pablo Jiménez Viveros. A Messer foi uma das primeiras acionistas da Cambios Amambay, que mais tarde se tornou o Banco Basa, da família Cartes.
Os movimentos nas empresas e as contas da Messer se intensificaram durante o governo de Horacio Cartes, quando ele fazia parte de comitês nacionais oficiais em viagens a Israel. Durante esse período, o Ministério da Prevenção à Lavagem de Dinheiro (Seprelad) e outras agências estatais fecharam os olhos para relatórios de operações suspeitas emitidas por alguns bancos da praça.