Posto América II era usado como “caixa” para pagar propinas da Saúde e Educação de MS. Vai vendo!

O posto de combustíveis América II (Parada 67), localizado na saída para Três Lagoas, na BR-262, serviu de “caixa” para o pagamento de propinas para os servidores públicos que se beneficiaram do esquema de corrupção trazido à tona pela Operação Turn Off, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Segundo o Correio do Estado, mais de R$ 1 milhão em propinas foram pagos por meio do estabelecimento, usado pelos irmãos Sérgio Duarte Coutinho Jr e Lucas Andrade Coutinho, para lavar dinheiro do esquema, e ainda levantar – em alguns casos – dinheiro vivo para ser usado no esquema.

Conforme os promotores de Justiça do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), das duas promotorias do Patrimônio Público da Capital, Grupo Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), somente para o ex-secretário-adjunto de Educação, Édio Antônio Resende de Castro, foram pagos R$ 930 mil em propina por meio do posto de combustíveis.

Os pagamentos eram todos feitos pelo gerente do posto e da conveniência localizada no mesmo estabelecimento: Victor Leite. Os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo e também por meio de nota fiscal.

“Por seu turno, Edio Castro, servidor da SED/MS, recebeu, ao menos, até o final do ano de 2022, a quantia de R$ 730.080,12 em propina, vezes por intermédio das empresas Posto Parada 67, gerenciada por Victor Leite, e LGS Garcia Legal, quando eram realizadas transferências da primeira para a segunda, com a emissão de notas frias, vezes mediante a entrega de dinheiro em espécie, conforme o encontro registrado em 18/10/2022, quando foi entregue a quantia de R$ 200.000,00 em espécie”.

“Conforme se verifica nos áudios e conversas, Victor Leite de Andrade e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, juntamente com Thiago Haruo Mishima e seu cunhado Freddy Antônio Martinez Ochoa, se utilizam da empresa D.R. Comunicação para ocultar ou dissimular o destino da propina, que era Thiago, inclusive com a emissão de Nota Fiscal e transferência bancária envolvendo a empresa de Sérgio (POSTO P 67) e a empresa de Freddy (D.R. COMUNICAÇÃO LTDA)”, indicam os promotores de Justiça.

Sobre o papel de Victor no esquema de distribuição de propina e lavagem de dinheiro, os promotores foram precisos: “Importante registrar que Victor Leite de Andrade trabalha como gerente do posto de combustíveis POSTO AMÉRICA II, que tem como proprietários seus primos SÉRGIO DUARTE COUTINHO JÚNIOR e LUCAS ANDRADE COUTINHO. Victor gerencia, além das atividades atinentes ao posto de combustíveis, a CONVENIÊNCIA PARADA 67 LTDA, empresa registrada em seu nome, e sediada no mesmo prédio da administração do posto.