O caminho para a entrada de drogas e armas vindas no Paraguai em Mato Grosso do Sul via BR-060 continua liberado. Isso porque a estrada que liga Ponta Porã até Campo Grande via Sidrolândia tem apenas fiscalizações volantes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e um posto da Polícia Militar instalado no Distrito de Vista Alegre, no município de Maracaju, já que as obras do posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Sidrolândia continuam paradas.
Portanto, porque os marginais vão utilizar a estrada via Dourados, que está cheia de postos de fiscalizações da PRF, ao invés da rodovia por Sidrolândia, onde a burocracia impede a reforma da base operacional mais importante contra o tráfico de drogas e de arma?
Desde março de 2016 o Blog do Nélio denuncia que a BR-060, uma das rodovias que liga o Brasil ao Paraguai, está desprotegida e vulnerável ao crime sistemático. Agora, mesmo com licitação encerrada, continua sem previsão a conclusão das obras do posto da PRF no Km 416 da BR-060, em Sidrolândia. Os serviços seriam retomados em fevereiro do ano passado, mas o prazo do processo licitatório estourou e a corporação teve que devolver dinheiro à União – o término da construção foi orçado em R$ 868 mil.
A reforma foi anunciada em março de 2015 e o prédio seria ampliado de 212,6 metros quadrados para 300 metros quadrados, com recurso de R$ 1,2 milhão. No entanto, os serviços foram suspensos em decorrência de quebra de cláusulas contratuais por parte da Baldin Engenharia, que vencera a licitação, segundo informou, na época, a assessoria de imprensa da PRF.
O problema foi agravado por falta de recursos, situação decorrente do corte pelo presidente Michel Temer de verba a obras de órgão federais. Com a paralisação das obras na BR-060, o posto de fiscalização da PRF no local funciona, provisoriamente, em prédio cedido pela Prefeitura de Sidrolândia, sendo que todo o serviço é realizado apenas em uma sala.
Para dar andamento às obras, teve início novo processo licitatório, com entrega das propostas no dia 12 de dezembro do ano passado na Superintendência da PRF, em Campo Grande. De acordo com o Portal de Compras do Governo Federal, a empresa vencedora foi a Gomes & Azevedo Ltda., com sede na Capital. Sem contratempos no processo licitatório, os serviços teriam início em fevereiro, mas as duas empresas, que ficaram em segundo e terceiro lugares, entraram com recurso, questionando o resultado da licitação.
A resposta da vencedora foi dentro do prazo. No entanto, o limite para fechamento da licitação era dia 3 de janeiro, o que acabou não ocorrendo. Com isso, a PRF precisou devolver o dinheiro que seria usado nas obras. A corporação foi questionada, mas respondeu que irá publicar em alguns dias nota à imprensa sobre o assunto.