O órgão responsável pelo cumprimento das legislações de trânsito em Mato Grosso do Sul faz “barbeiragens” na hora de economizar o dinheiro do contribuinte e, na contramão da crise financeira que assola as finanças do Governo do Estado, o Detran/MS, além de repassar o serviço à iniciativa privada – elevando o custo de R$ 40 mil para R$ 1,4 milhão por mês –, faz licitação suspeita e dispensou a empresa que cobraria R$ 11 milhões a menos por ano pelo contrato, conforme denúncia publicada pelo site Midiamax.
Sob o comando de Gerson Claro Dino, o Detran poderia contratar mais funcionários e gastar apenas R$ 40 mil por mês com o serviço de guardar e recuperar contratos de financiamento de veículos, mas, estranhamente, decidiu repassar à iniciativa privada. No ano passado, sem licitação e com pressa de gastar o dinheiro público, Gerson Claro Dino contratou a empresa Pirâmide Central Informática Ltda. por R$ 7,4 milhões e, de acordo com o Portal da Transparência, a empresa já recebeu R$ 4,918 milhões do Governo.
O mais grave é que a empresa de José do Patrocínio Filho funciona em pequeno escritório de contabilidade. Agora, em fevereiro deste ano, a Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização faz pregão eletrônico para “oficializar” o contrato e até definiu o valor que vai pagar à vencedora: R$ 17 milhões.
Só que o contrato despertou o interesse de outras empresas e a Dataway Tecnologia da Informação entrou disposta a estragar a “festa”. Fez a proposta de realizar o mesmo serviço por R$ 6,040 milhões, ou seja, desconto de R$ 10,960 milhões por ano. No entanto, a empresa foi desclassificada por não ter o “conceito” exigido pela equipe de licitação. Ela recorreu à Justiça, suspendeu o certame e conseguiu ter o direito de ter a proposta reavaliada.
Nesta segunda-feira (17), o Governo reabriu a proposta e, de novo, rejeitou a proposta da Dataway, ou seja, a gestão de Reinaldo Azambuja está disposta a fazer qualquer negócio para pagar mais caro pelo serviço. A Pirâmide, contratada sem licitação no ano passado, continua na parada e com todas as condições para vencer a licitação.
Enquanto sobra dinheiro no Detran, falta em serviços essenciais, como educação, saúde e segurança pública. Sem falar que o próprio Detran poderia contratar mais funcionários para dar mais agilidade na prestação do serviço ao cidadão.