Policiais fedrais do Brasil capturaram, na noite de ontem (26), em Campinas (SP), o narcotraficante brasileiro Adair José Belo, 47 anos, mais conhecido como “Belo”, que estava portando documentos bolivianos. Ele seria o “sucessor” no comando do crime organizado na fronteira do Paraguai com o Brasil no lugar do também narcotraficante brasileiro Sergio de Arruda Quintiliano Netto, mais conhecido como “Minotauro”, preso em Balneário Camboriú (SC).
O criminoso foi preso por agentes da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Propriedade (Delepat) da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, com apoio da Polícia Federal de Campinas. No momento da prisão, os policiais encontraram cerca de R$ 3 mil em dinheiro e também vários documentos, algumas carteiras de identidade brasileirolas e estrangeiras emitidas na Bolívia.
No entanto, em ambos os documentos, tinha o mesmo nome: José Antonio Brito. Apesar disso, ele foi identificado como o ex-guarda-costas do “Rei da Fronteira” Jorge Rafaat Toumani, assassinado em 15 de junho de 2016 em um ataque a tiros de metralhadora calibre .50, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
Herdeiro
Embora Minotauro fosse o único que queria ter o controle total da fronteira entre Paraguai e Brasil, uma das versões indicavam que Belo foi o principal aliado dele e, após a prisão do ex-patrão, acabou se tornando seu sucessor e tinha o dever de rearmar a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital).
Belo teve assassinada sua mulher Josiane Vanessa Zilio, uma brasileira que foi baleada na frente de seus dois filhos em 31 de agosto de 2016, em Pedro Juan Caballero. Isso o motivou a se envolver na guerra do tráfico, porque supostamente a ordem veio do também narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão.
Em vingança, Belo ordenou a morte de Ronny Chimenes Pavão, irmão de Jarvis, em um ataque em 14 de março de 2017 em Ponta Porã. Após a morte de Rafaat, ele se aliou com o novo chefão da fronteira Minotauro. Ele foi expulso da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul em 1994, após confessar ter matado seu companheiro por ordem de traficantes de drogas.
Belo, que era um confidente do narco Erineu Domingo Soligo, conhecido como “Pingo”, era um fugitivo da justiça brasileira. Para conseguir escapar através dos outros países da região, supostamente ele usou o nome de seu irmão, Jorge Altair Belo, que é identificado como um dos principais assassinos que trabalhavam para Jorge Rafaat, mas fugiu da fronteira depois do assassinato de “patrão”.