A Polícia Civil e a Valley Pub, bar famoso localizado na av. Afonso Pena, entraram em rota de colisão por conta de uma operação no fim de semana que fiscalizou vários estabelecimento em Campo Grade. De acordo com as autoridades foram encontradas bebidas adulteradas ou falsificadas no local. A versão apresentada pela casa, porém, diferem das informações repassadas pela polícia que e negou que a casa noturna usava bebida sem procedência.
Segundo a nota divulgada pela Valley, foram inspecionados 25.721 itens no estoque, e o relatório da Ação Metanol 2 teria apontado apenas três caixas de energético zero calorias com validade expirada, segundo a direção, já separadas para descarte, além de oito garrafas de vinho pertencentes a clientes, usadas como rolha, e sete garrafas de tequila com nota fiscal arquivada, não disponíveis para venda.
O estabelecimento também afirma que o gerente mostrado em vídeo não foi levado à delegacia, sustentando que “não foi constatado nenhum crime conforme relatório expedido pela GCM, Decon, Procon e Vigilância Sanitária”.
No entanto, a Polícia Civil afirma que duas pessoas foram conduzidas durante a operação, a gerente-geral e o fiscal de bar, para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades encontradas.
Os dois não foram autuados em flagrante, mas, segundo o delegado responsável, poderão responder criminalmente após a conclusão do inquérito.
Ainda conforme o delegado, foram apreendidas 52 garrafas de bebidas importadas fruto de descaminho, crime que ocorre quando produtos entram no país sem o devido pagamento de impostos. Entre as garrafas apreendidas estão tequilas e vinhos sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária.
Além disso, foram recolhidos cerca de 270 produtos vencidos, em sua maioria latas de energéticos e sucos, e descartadas essências para narguilé sem rótulo, com validade ou origem, consideradas impróprias para o consumo. A polícia afirma que os produtos não estavam separadas para descarte e eram sim usadas para fazer drinques.
Na nota, a Valley também repudia o que chama de divulgação de informações “tendenciosas ou inverídicas”, que, segundo o texto, buscariam “descredibilizar a casa”. A empresa afirma que apoia as ações de fiscalização e reforça seu “compromisso com a transparência, a segurança e o respeito aos clientes”.
A operação, conduzida pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) com apoio do Procon/MS, Vigilância Sanitária Estadual e Municipal e Guarda Civil Metropolitana, faz parte do esforço para coibir o comércio de bebidas adulteradas ou sem procedência, em meio à preocupação com os casos suspeitos de intoxicação por metanol registrados em Mato Grosso do Sul.