Nos últimos meses, as forças de segurança pública apreenderam, em Mato Grosso do Sul, mais de 550 quilos de cabelos humanos, sendo três apreensões entre junho, julho e agosto. Em janeiro deste ano, 93 quilos de cabelo humano foram apreendidos na BR-262, próximo a Corumbá (MS), com um motorista de aplicativo, que tinha como destino Goiânia (GO).
Em junho, foram mais 428 quilos de cabelos humanos apreendidos em Nova Alvorada do Sul (MS), a carga foi avaliada em pelo menos R$ 1 milhão. Já no mês de julho dois policiais, um civil e um militar, e um terceiro suspeito, que era monitorado por tornozeleira eletrônica, foram presos em Corumbá por participarem de um assalto contra duas pessoas que estavam em um veículo de aplicativo.
Durante o assalto, foram levadas duas malas com cerca de 10 quilos de cabelos humanos avaliados em R$ 150 mil. Neste mês de agosto, uma nova carga foi retirada de circulação na BR-163, em Rio Brilhante (MS), totalizando 20 quilos de cabelos humanos avaliados em R$ 374 mil.
Segundo o delegado substituto da Receita Federal de Mato Grosso do Sul, Zumilson Custódio da Silva, a apreensão de cabelos humanos tinha diminuído e agora voltou a ser mais frequente “talvez pela facilidade” de o Estado fazer fronteira com Paraguai e Bolívia.
Ainda de acordo com Zumilson Custódio, o cabelo humano é um produto que tem um valor agregado muito grande e empresas estão se estabelecendo na fronteira, principalmente em Ponta Porã e Corumbá, para fazer falsas remessas de cabelo, como se tivessem comprado na região.
“Emitem uma nota fiscal para mandar para São Paulo, Goiânia, grandes centros, mas na realidade esses cabelos têm origem na Índia, no Paraguai, regiões onde as mulheres têm cabelo longo, cabelo virgem e sem muito produto químico, com alto valor de comercialização”, explicou o delegado da Receita Federal.
Ele também explica que as apreensões estão ocorrendo de duas formas, a primeira das pessoas que realmente tentam entrar com o cabelo de forma clandestina. Vão até o país vizinho, compram o produto e tentam atravessar para o Brasil de forma clandestina. E a segunda de pessoas que dizem ter comprado esses cabelos das empresas que emitiram nota, mas que, na verdade, são notas sem procedência.