Após denúncia do Ministério Público Militar, o tenente-coronel PM José Roberto Nobres de Souza, o subtenente PM José dos Santos de Moraes, o 3º sargento PM Luiz Antônio Graciano de Oliveira Junior, o 3º sargento PM Marco Aurélio Nunes Pereira e o cabo PM Elizeu Teixeira Neves, que aparecem em vídeo agredindo com socos e chutes o jornalista Sandro de Almeida Araújo, 46 anos, no último dia 2 de junho em Nova Andradina (MS), viraram réus por determinação da Justiça Militar.
Na semana passada, a Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) já tinha enviado parecer ao Ministério Público Militar para manifestação junto à Vara da Justiça Militar Estadual apontando que “há indícios da prática de crime, de natureza militar ou comum, e também de transgressões da disciplina policial militar”. O documento é assinado pelo corregedor-geral da PMMS, coronel PM Edson Furtado de Oliveira.
Os envolvidos já respondem por outros processos administrativos na PM e têm antecedentes criminais. O tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza foi denunciado por peculato e falsidade ideológica no Ministério Público Militar, por ter utilizado viatura para fins particulares.
Já o subtenente José dos Santos de Moraes tem cinco registros de punição disciplinar na carreira militar e o 3º sargento Marco Aurélio Nunes Pereira tem dois registros pela mesma punição. Além deles, o 3º sargento Luiz Antônio Graciano de Oliveira tem nove registros de punição disciplinar na carreira militar e o cabo Elizeu Teixeira Neves tem um registro.
A vítima revelou que há três anos, por força de reportagens publicadas por ele, o comandante da PM local o perseguia. “Ele [comandante] quer saber o nome das fontes com as quais converso para produzir as reportagens policiais. Ora, é direito meu em preservá-las”, contou o jornalista, que não carregava rojões, conforme a batida policial feita em seu veículo.
O jornalista afirmou ainda que o comandante da PM o denunciou por “não revelar as fontes” por duas ocasiões. Numa delas, disse Sandro, o Ministério Público Estadual arquivou depois de ouvi-lo. Há, ainda, um procedimento que responde na Polícia Civil pelo mesmo motivo: resistência em revelar as fontes para a produção de reportagens.
Pelo divulgado nos sites da região, os PMs que agrediram o jornalista seriam um que estava de folga, outro afastado do trabalho por força de atestado médico, um que cumpria expediente e mais outro policial que atuava em cidade vizinha. O carro que os PMs usaram para perseguir e atacar o jornalista, embora descaracterizado, seria usado pelos militares em casos de investigação.