PM preso por estupro contrata perícia do Rio Grande do Sul; de onde vem o dinheiro?

A defesa do policial militar Israel Giron Arguelho Carvalho, preso por suspeita de estuprar uma frentista no Bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande (MS), contratou uma empresa de perícias no Rio Grande do Sul.

 

O caso aconteceu na noite do dia 8 de agosto, enquanto a vítima voltava para casa após sair do trabalho, e é investigado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

 

Em nota enviada à imprensa, a advogada Alana Oliveira Mattos Boiko de Figueiredo explicou que o caso ainda está em fase de investigações e, por isso, é preciso respeitar o princípio da “presunção de inocência” e que neste momento tirar conclusões precipitadas afronta isso.

 

Segundo a advogada, o contrato foi fechado com a empresa Lawwta, especialista em estratégias integradas para profissionais jurídicos, que trabalhará em conjunto com o IPC-MS (Instituto de Perícias de Mato Grosso do Sul).

 

“A defesa está mais que empenhada em apresentar, de forma técnica e precisa, as evidências que irão, de maneira não duvidosa, comprovar a verdade dos fatos”, diz em nota.

 

Sobre as acusações, a defesa alegou ainda que não tem acesso a todo o procedimento criminal e, por isso, não pode abordar minuciosamente seus aspectos objetivos e repassar informações seria perigoso, mas a advogada garante que informações relevantes serão repassadas à imprensa.

 

Na noite do dia 8 de agosto, a jovem de 24 anos foi abordada por Israel Carvalho em uma rua do Jardim Noroeste. Ela estava voltando do trabalho para a casa e foi ameaçada pelo homem que estava em um Fiat Mobi branco.

 

Segundo a delegada Marianne Souza, responsável pelo caso, o suspeito usou a arma da corporação no crime. A frentista foi obrigada a entrar no carro e depois levada para um local escuro e desconhecido, onde foi estuprada.

 

Em seu relato, ela afirmou que durante todo o ato teve a arma do militar apontada para sua cabeça. Depois do abuso, a vítima foi deixada na rua e o militar fugiu. A mulher conseguiu anotar a placa do veículo usado no crime.

 

Ela então acionou a PM que fez buscas na região e, na madrugada do dia 9 de agosto, foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) registrar a ocorrência.

 

Ainda conforme a delegada, o autor não usou camisinha, então, o material colhido durante o exame de corpo de delito foi usado para confrontar a identidade do suspeito que foi reconhecido pela vítima.

 

Israel Carvalho foi preso na sexta-feira (11) em casa, na região do Bairro Ana Maria do Couto, e optou por ficar em silêncio durante o depoimento. Com ele, foram encontradas a camiseta e a arma usadas no crime, assim como o Fiat Mobi branco, reconhecido pela vítima. Ele foi levado para o presídio militar.

 

No mesmo dia, a transferência do então soldado do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar foi assinado pela subcomandante-geral da corporação, Neidy Nunes Barbosa Centurião.

 

A decisão foi publicada apenas na segunda-feira (14), no Diário Oficial do Estado, e cita inconveniência da permanência do policial militar na OPM (Organizações Policiais Militares), guarnição ou no cargo, e coloca Israel Carvalho “à disposição do Comando Geral do Presídio Militar”. Uma sindicância também foi aberta para apurar o caso. Com informações do site Campo Grande News