Pistoleiros matam “soldados” de Pavão na fronteira, mas Polícia age rápido e prende dois suspeitos

Dois soldados brasileiros e um paraguaio ligados ao clã do narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão na fronteira do Paraguai com o Brasil foram executados a tiros de fuzil, na noite de sábado (9), na cidade paraguaia de Zanja Pytã, a mando da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os mortos foram identificados como o paraguaio César Ortiz Zorrilla, 38 anos, mais conhecido como “Júlio”, enquanto os brasileiros são Alessandro Nunez de Moura e Gabriel Zaracho Moura, que residiam em Sanga Puitã (MS). A execução ocorreu por volta das 21 horas, no meio da linha internacional que separa a cidade paraguaia de Zanja Pytã da cidade sul-mato-grossense de Sanga Puitã.

Quando César Ortiz, Alessandro Nunez e Gabriel Zaracho estavam dentro de um carro bebendo, vários homens saíram de uma caminhonete e começaram a atirar à queima-roupa contra eles. Os assassinos estavam viajando em uma caminhonete Ford Ranger de cor branca, enquanto as vítimas estavam a bordo de um Golf com placa brasileira.

Testemunhas indicaram que César Ortiz puxou uma arma e ainda conseguiu fazer alguns tiros, mas os homens armados, em um instante, tiraram a vida dele e dos outros dois homens, fugindo rapidamente para o território brasileiro.

César Ortiz Zorrilla foi um homem de sucesso a serviço de Jarvis Chimenes Pavão. Além disso, ele é acusado de assassinar várias pessoas na guerra entre grupos rivais na fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Ortiz Zorrilla era inimigo de Marcio Ariel Sanchez, mais conhecido como “Aguacate”, que há dez dias foi atacado na cidade paraguaia de Capitán Bado.

Com o assassinato de César Ortiz, continua declarada a guerra entre o grupo liderado por Sergio de Arruda Neto Quintiliano, o “Minotauro”, e os restantes do clã Pavão. Há relatos de que os líderes do PCC já enviaram um representante com o fim de aniquilar aqueles que impedem a organização criminosa de assumir o controle do tráfico de drogas na fronteira.

Prisões

No domingo (10), a Polícia do Paraguai agiu rápido e prendeu dois suspeitos de terem participado da execução. A prisão ocorreu na periferia da cidade de Zanja Pytã e os detidos foram identificados como Nelson Mussi Espínola e Ismael Enciso Jara, ambos paraguaios com idade legal.

Com os pistoleiros foram apreendidos uma metralhadora calibre 7,62 milímetros SG542, uma espingarda calibre 12, com a marca Boito, três coletes táticos e camisa de camuflagem bege. Ainda foram encontrados dentro do veículo 11 clips para rifles calibre 7,62 e vários cartuchos calibre 7,62. Também vários acessórios para coletes táticos.

Informações preliminares fornecidas pelo superintendente Rafael González, chefe de pesquisa de Amambay, dão conta que os dois presos fazem parte do grupo responsável pelas três execuções de sábado à noite.