Pistoleiros executaram, na madrugada desta sexta-feira (28), na Represa Capivara, em Sertaneja (PR), o criminoso Cléber Riveros Segóvia, de 31 anos, mais conhecido como “Dogão”. Ele era apontado como um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e atuava na região de fronteira entre Pedro Juan Caballero (PY) e Ponta Porã (MS).
Segundo informações da Polícia Nacional do Paraguai, “Dogão”, que também tem identidade registrada no Brasil, tinha se mudado há cerca de 15 dias de Ponta Porã para Sertaneja. O crime aconteceu em sua casa localizada em um condomínio residencial que fica na Represa Capivara, onde morava com a esposa.
Os suspeitos do crime chegaram à casa de barco, ainda de acordo com informações policiais apuradas até o momento. Os pistoleiros estavam encapuzados e, depois de cometerem o crime, fugiram do local. “Dogão” era considerado um criminoso extremamente perigoso e era procurado pela polícia paraguaia.
Em julho deste ano, a Polícia Nacional do Paraguai enviou um aviso à Direção de Polícia de Amambay sobre um fugitivo brasileiro, que estaria em território paraguaio para atentar contra a vida de um desafeto. Ele estaria atuando em conjunto com um comparsa e um grupo de 40 pessoas fortemente armadas.
Conforme o documento, o fugitivo estaria em território paraguaio na “caça” por um desafeto. Ele estava em guerra com outros bandidos sanguinários da fronteira, entre eles Marcio Sánchez, o “Aguacate”, ex-segurança de Jorge Rafaat Toumani e chefe do mais poderoso grupo de pistoleiros em atividade no Paraguai.
Segundo o dossiê, que inclui fotos e dezenas de nomes de supostos cúmplices de “Dogão” – entre eles um policial da reserva da PM de Mato Grosso do Sul – para se impor como “patrão”, Cléber Pavão seguia os passos do brasileiro Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.
Entre 2017 e o início de 2019, Minotauro teria ordenado execuções em massa de seus inimigos e de quem ameaçava sua ascensão. Entre os mortos estavam um policial civil e um ex-vereador de Ponta Porã. O bandido foi preso em fevereiro de 2019, em Balneário Camboriú (SC), para onde fugiu após ser caçado pela polícia da fronteira.
Segundo fontes policiais da fronteira, Cléber Segovia, o “Dogão”, contava com apoio da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) para se impor como chefão do crime na linha internacional e eliminar rivais em Pedro Juan Caballero/Ponta Porã e em Zanja Pytã/Sanga Puitã.
O apoio da facção veio através de seu primo, Victor Moreno Segovia Peralta, integrante do PCC e atualmente preso em Mato Grosso do Sul. Outro elo entre “Dogão” e a facção criminosa seria o cunhado dele, responsável pelo armazenamento e remessa de droga da fronteira para cidades controladas pela organização.
Entretanto, segundo fontes policiais, “Dogão” tinha se tornado independente e tentava se firmar como novo chefe do tráfico montando a sua própria organização. Ele tinha outra identidade no Paraguai, onde usava o nome de Cleber Segovia Pavon, natural de Pedro Juan Caballero.