Pilantragem! Ex-goleiro Bruno alega ser sustentado pela esposa para reduzir valor de indenização ao filho

O ex-goleiro Bruno Fernandes adotou nova estratégia para não pagar a indenização de R$ 715 mil determinada pelo juiz Deni Luis Dalla Riva, da 6ª Vara Cível de Campo Grande, ao filho que teve com a modelo Eliza Samúdio, que foi assassinada por ele com ajuda de comparsas.

 

Segundo a defesa do ex-goleiro, a indenização, que foi estabelecida por danos morais e materiais ao filho, o cliente seria sustentado pela atual esposa, a esteticista Ingrid Calheiros, já que atualmente tem contrato com um clube de futebol da 3ª divisão com salário de R$ 1.250,00.

 

A condenação ocorreu em outubro passado após a ação tramitar por sete anos e o pedido inicial era de R$ 6,4 milhões, mas o juiz Deni Luis Dalla Riva o condenou a pagar R$ 150 mil referentes a danos materiais, R$ 500 mil por danos morais e R$ 65 mil referente às custas processuais.

 

Além do baixo salário, Bruno Fernandes sustenta não ter patrimônio. “O imóvel que reside com sua família é alugado, não tem nenhum imóvel e as despesas familiares são basicamente custeadas pela sua atual esposa, que não pode ser responsabilizada civilmente pelos fatos”, disse a defesa.

 

Conforme documentos anexados aos autos, o valor pago pelo aluguel é de R$ 1.750,00 e o carro da família, um Kia Sorento, já foi alvo de busca e apreensão por ausência de pagamento da parcela de R$ 1.277 já no 3º mês após o atraso na quitação.

 

Além disso, o ex-goleiro argumenta que o filho Bruninho, hoje com 12 anos de idade e morando com a avó no distrito de Anhanduí, no município de Campo Grande, ainda é muito pequeno para que a Justiça estabeleça “um valor tão alto como forma de compensar o sofrimento vivenciado”.

 

A defesa de Bruno ressaltou ainda que não se pode embasar decisão judicial em “relatos emocionados e repercussão social”. Por fim, destacou que, após a prisão do ex-goleiro, que antes até assassinar Eliza Samúdio, atuava no Flamengo, “nunca mais retornou aos campos de futebol nos times de elite”.

 

Os pontos ressaltados pela defesa do esportista são respostas aos questionamentos da mãe de Eliza, Sônia Marcelo Moura, que desde o assassinato da filha, quando o menino tinha 4 meses de vida, é a responsável por ele.

 

Para rebater Bruno, a defesa da matriarca apontou casa e automóvel de alto padrão em que o ex-goleiro mora com a família em Cabo Frio (RJ). Tanto que fora da esfera jurídica, o condenado teria oferecido dois carros de luxo para quitar a pensão alimentícia em atraso.

 

A oferta foi negada por Sônia Moura e a falta de pagamento acarretou em pedido de prisão pela Justiça do Rio de Janeiro. Na época, a Ingrid Calheiro fez vaquinha virtual e arrecadou mais de R$ 22 mil para ajudar o marido a quitar o débito.

 

Bruno foi condenado a 22 anos e 4 meses de prisão em 2013 pelo sequestro, assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samúdio. Até hoje não se sabe o que foi feito com a jovem depois de morta. O crime ocorreu em 2010 quando ela tinha 25 anos.

 

Bruninho chegou a ficar em cárcere junto à mãe e só foi entregue à avó quatro dias depois da morte dela. Na semana passada, o ex-goleiro foi beneficiado com a liberdade condicional, conforme decisão da juíza Ana Paula Abreu Filgueiras, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro.