Segundo a PM paulista, um caminhoneiro de 38 anos, de Maracaju (MS), foi flagrado na Rodovia Raposo Tavares (SP-270) com um total de R$ 11.551.636,40 em reais e R$ 4.344.166,04 em dólares escondidos em um fundo falso na cabine de seu caminhão.
É o maior valor ilegal apreendido pelas autoridades paulistas em quatro anos e, em seu depoimento na delegacia da PF na cidade paulista, o caminhoneiro alegou que levou frutas de Mato Grosso do Sul para a Grande São Paulo e, procurado por suspeitos, aceitou levar o dinheiro na viagem de volta ao Estado.
Ele entregaria a “bolada” em Maracaju a uma dupla que o esperaria assim que chegasse à cidade. Ligações dos negociantes do frete foram interceptadas por setores de inteligência da PM e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Estado vizinho. Descobriu-se o veículo, mas não as motivações para a “transferência ilegal”.
A PF, que até agora prendeu oito pessoas e já cumpriu 32 mandados, sendo 5 de prisão temporária e 27 de busca e apreensão pela “noite do terror” em Araçatuba, vê vínculo do montante com o caso.
À reportagem, fontes do órgão federal admitem que a investigação inicial sobre a origem do dinheiro é a do pagamento prometido pelos autores do ocorrido a integrantes da facção, que controlam o tráfico de drogas e armas nas fronteiras com Paraguai e Bolívia e teriam ajudado no caso com empréstimo de armas, veículos e logística.
Mas não é opinião única. Parte da cúpula da PM paulista, que lidera as apurações sobre as movimentações do PCC, acredita que o dinheiro é parte da arrecadação com o tráfico destinada a custear a liderança da facção estabelecida no Paraguai. Com contas bancárias vigiadas desde que um importante contador e advogado da quadrilha foi preso, no ano passado, esse método de transferência financeira vem sendo utilizado pelo bando.