PF descobre que criminosos estão usando estradas turísticas do Pantanal para traficar cocaína

A Polícia Federal descobriu que narcotraficantes estão utilizando as estradas turísticas do Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso como rota para o tráfico de cocaína.

Dois homens investigados por serem membros de um grupo criminoso foram presos pela PF na cidade de Rio Negro (MS), com 402 quilos de cocaína, no dia 11 de janeiro de 2023.

Segundo o Correio do Estado, investigando a ligação dos presos, foram verificadas trocas de mensagens sobre o transporte de entorpecente e de transferências de propriedade de veículos possivelmente usados para o transporte das drogas.

De acordo com informações conseguidas por meio da quebra do sigilo telefônico dos investigados, que constam em inquérito policial a que a reportagem teve acesso, feitas através de três celulares apreendidos, um dos presos na abordagem da Polícia Federal, de alcunha “Vieira” trocava mensagens com outro indivíduo, conhecido como “Fortaleza”, que não estava no dia do flagrante, mas que tinha a um telefone com código paraguaio.

O “Fortaleza” tinha ciência que o transporte de droga seria efetuado na Estrada Transpantaneira, que é um ponto turístico que possui cerca de 150 quilômetros de extensão, um trecho de ligação com o pequeno município de Poconé, no Mato Grosso, a Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá, na divisa com Mato Grosso do Sul.

Na mensagem de texto Vieira avisa Fortaleza onde ele estaria localizado e que o destino dele seria em uma fazenda, dando a entender que Vieira iria se deslocar para receber algum tipo de entorpecente do conhecido em uma região do pantanal sul-mato-grossense.

Vieira tinha um outro comparsa, identificado como “Chegado”, que também foi preso pela PF no flagrante com 402 quilos de cocaína. A droga seria entregue a um comprador ou intermediador do esquema, de alcunha “Tozinho”, e ambos tinham o destino de viagem à cidade de Corumbá.

Porém, no meio do caminho, em mensagens telefônicas trocadas no dia 10 de janeiro, entre Vieira e Tozinho, imprevistos no trajeto aconteceram, que fizeram com que Vieira e Chegado tivessem que passar a noite em fazendas que são localizadas na região do município de Corumbá.

Segundo conversas anexadas pela investigação, Vieira informa a Tozinho que foi necessário fazer a parada da viagem na fazenda do “nosso amigo”, que dá “apoio para nós”, diz trecho das mensagens.

As conversas analisadas pela Polícia Federal estão sendo usadas pela justiça para apurar a suposta prática de crimes de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico de entorpecentes.

Tozinho e Fortaleza, assim como outros possíveis envolvidos no esquema, de acordo com o inquérito da Polícia Federal, ainda estão sendo procurados pela investigação.

Já o Vieira, Chegado e mais uma suspeita identificada como namorada de Vieira, que fazia parte do grupo, foram identificados como moradores dos municípios de Campo Grande e de Ponta Porã, respectivamente.