Não convide para o mesmo evento a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), vai sair faísca, os dois estão em pé de guerra. O motivo, conforme apurou o Blog do Nélio, seria uma matéria sobre morte de indígena divulgada em 18 de outubro no site do MPF acerca de confronto ocorrido em maio de 2013, na Fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS), apontando a autoria da morte à PF.
Para a Superintendência Regional da PF no Estado, a matéria é motivo de repúdio e culminou até com a divulgação de uma nota oficial contra o conteúdo publicado pelo MPF. Na nota, a PF destaca que a matéria dissemina que a vítima foi alvejada por munição 9 mm, marca CBC, mas, tal afirmação estaria dissociada dos laudos de exame necroscópico realizados no Instituto Médico Legal de Sidrolândia e no Instituto Nacional de Criminalística.
Em ambos os exames, conforme a PF, peritos demonstraram não ter sido encontrado qualquer objeto metálico no cadáver da vítima e, ainda, que o ferimento de entrada no corpo poderia ser de um revólver ou pistola de qualquer calibre. “Deve ser ressaltado que o primeiro exame pericial, que não localizou qualquer munição, foi realizado pelo Instituto de Perícias do Estado, um órgão independente que não participou do cumprimento da ordem judicial e, portanto, com uma visão isenta dos fatos”, traz a nota.
Ainda de acordo com a PF, é importante que seja explicitado que nenhum laudo foi taxativo quanto à munição que atingiu a vítima ter sido uma de calibre 9 mm., deixando clara a possibilidade de se tratar de diversos outros calibres. “Ainda, a própria conclusão de que seria uma munição marca CBC, com encamiamento tipo Gold, também é colocada como uma mera possibilidade e jamais uma certeza”, afirma a PF.
Para encerrar, a PF desta que a acusação de que o disparo que vitimou o indígena partiu de um policial federal, com a descrição minuciosa de uma munição que não foi encontrada, não está de acordo com a verdade. “A Polícia Federal realizou investigações aprofundadas e exaustivas, seja na esfera criminal, seja na esfera administrativa, buscando elucidar o ocorrido e mesmo utilizando de todas as técnicas periciais disponíveis não conseguiu determinar o calibre do armamento que vitimou o indígena. Uma vez que não foi localizada a munição, não existe como asseverar com certeza o calibre do armamento, sendo qualquer afirmativa diferente uma mera ilação”, reforçou.
A Superintendência da PF ainda acrescenta que não se intimidará ou se omitirá em cumprir a Constituição Federal, as leis vigentes e as ordens judiciais, sempre de forma isenta e em prol do Estado Democrático de Direito, exercendo suas atribuições, legalmente determinadas, com o uso da força necessária contra aqueles que insistirem em não cumprir a lei e atentarem contra a incolumidade de servidores públicos e demais cidadãos.
É, coisa ficou feia agora.