Em Campo Grande, onde o número estimado de crianças com até um ano de idade é de 12.470, segundo o Ministério da Saúde, a meta é cobertura vacinal de 100%, porém, a cidade tem 40% desse público com vacinas em atraso, deixando-a na contramão do ideal.
A cobertura de todas as vacinas está abaixo da meta e imunizações que antes tinham até 96% de cobertura caíram para 45%, como a poliomielite. Dados do sistema Mais Saúde da SES (Secretaria Estadual de Saúde) confirmam que a maioria das vacinas segue com uma cobertura abaixo do estimado, com percentuais entre 58% e 63% do público imunizado.
A BCG é a que tem o maior percentual de bebês imunizados, com 65% do público-alvo atingido, o que corresponde a 8.343 vacinados, enquanto o número de crianças com a dose em atraso é de 4.397. A vacina BCG é de dose única e protege contra a tuberculose, doença contagiosa provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis.
Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) complementam um cenário potencialmente caótico: foram notificados 439 casos de tuberculose e 37 óbitos em 2021, enquanto em 2022 o número subiu para 532 registros e 38 mortes pela doença.
A vacina meningococo C protege contra a doença meningocócica, um tipo de meningite causada pelo sorogrupo C, sendo que em Campo Grande o número de crianças imunizadas é de 7.791, ou seja, 61%, enquanto isso, 4.949 bebês seguem com a dose em atraso. A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.
De janeiro a setembro deste ano, 82 casos de meningite foram confirmados em Mato Grosso do Sul. Se comparado aos últimos três anos, crianças de 1 a 9 anos são as principais vítimas da doença. O esquema vacinal é dividido com 1ª dose aos 3 meses, 2ª dose aos 5 meses e reforço aos 12 meses.
Combinação de cinco vacinas individuais em uma, a pentavalente protege contra múltiplas doenças. Na Capital, a cobertura vacinal é de 58%, o que corresponde a 7.419 crianças imunizadas – 5.321 seguem com a dose atrasada.
A vacina protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae – sorotipo B, contra a meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Em agosto, a Bolívia, país vizinho a Corumbá, registrou um surto de coqueluche, uma doença infecciosa aguda causada por bactérias.
Outra vacina que segue com baixa cobertura e gera preocupação é a da poliomielite, que protege contra a paralisia infantil. O percentual de bebês vacinados em Campo Grande é de 58%, o que corresponde a 7.443 crianças. Já o número de crianças com a dose atrasada é de 5.297.
Em abril deste ano, um bebê indígena da cidade de Loreto, no Peru, foi diagnosticado com poliomielite. O caso gerou grande preocupação nas autoridades de saúde brasileiras devido à proximidade da fronteira do país com os estados do Amazonas e Acre.
Existem dois tipos de vacina contra Hepatite B destinada a crianças com menos de um ano. A primeira deve ser aplicada nos primeiros 30 dias de vida dos bebês, na Capital, 63% do público-alvo recebeu o imunizante, 8.059 crianças. O total de bebês que não receberam a vacina é de 4.681.
As demais doses foram aplicadas em 7.419 crianças, cerca de 58% do total. Ainda restam 5.321 crianças aptas a se vacinarem em Campo Grande. A vacina protege contra infecção do fígado (hepatite) causada pelo vírus da hepatite B, além disso, quando aplicada nas primeiras 12-24 horas após o nascimento ela é eficaz na prevenção da hepatite crônica.
A vacina tríplice viral protege o paciente contra três infecções causadas por vírus: sarampo, caxumba e rubéola, disponíveis para crianças a partir de 12 meses de vida. Em Campo Grande, a cobertura vacinal em crianças de até um ano é de 63%, cerca de 7.978 vacinados. Ou seja: 4.762 crianças estão com a dose em atraso. É considerado protegido todo indivíduo que recebeu duas doses das vacinas na vida, com intervalo mínimo de um mês, aplicadas a partir dos 12 meses.