O ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, mais conhecido como “PX”, será um dos primeiros a depor no júri popular sobre a execução do filho, o acadêmico de Direito Matheus Coutinho Xavier, que teria sido morto por engano no lugar do pai a mando do empresário campo-grandense Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”.
No julgamento, marcado para começar no dia 17 de julho, são réus Jamilzinho, o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo, e o guarda civil Marcelo Rios. Conforme despacho do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, serão ouvidas 13 testemunhas.
O MPE (Ministério Público Estadual) arrolou cinco oitivas e PX será uma delas, sendo que será ouvido na condição de informante, conforme o site O Jacaré. De acordo com a investigação feita na Operação Omertà, deflagrada pelo Garras e pelo Gaeco, o ex-capitão PM era o alvo do atentado que matou o acadêmico de Direito.
Jamil Name e Jamilzinho não teriam perdoado a suposta traição de PX por ter passado para o lado de um pecuarista paulista em uma negociação de uma fazenda em Jardim (MS). No entanto, os supostos pistoleiros, Juanil Miranda e José Moreira Freires, erraram o alvo e executaram o universitário, que manobrava a caminhonete do pai.
Essa é a 4ª data que a Justiça tenta realizar o júri, sendo que a primeira foi em outubro de 2020, a segunda foi marcada para 15 de fevereiro deste ano e a terceira em maio, quando o magistrado se antecipou para tentar viabilizar a participação de Jamilzinho fisicamente no julgamento, pois, os advogados do empresário alegaram que a defesa plena ficaria comprometida com uma participação virtual do réu.
No entanto, o ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedeu a liminar para suspender o júri até o julgamento do mérito do habeas corpus. Ele acabou liberando o julgamento, mas condicionou a presença física de Jamilzinho.
O Depen (Departamento Penitenciário Federal) já começou a planejar a transferência para cumprir a determinação do juiz, que mandou transferir Jamilzinho e Marcelo Rios do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para a participação do júri em Campo Grande.
O policial civil Vladenilson Olmedo já está em processo de ser transferido para um presídio estadual após a Justiça Federal negar o pedido para mantê-lo no Presídio Federal de Mossoró.
Das testemunhas, segundo o juiz, serão três de defesa de Jamilzinho, três de Vladenilson Olmedo e duas de Marcelo Rios. A expectativa é de que o júri dure de três a cinco dias.