Ormetà II: Polícia agora busca materializar planos que visavam matar delegado e promotor. Será?

Quando todos já estavam pensando que a milícia que agia em Campo Grande (MS) estava morta e enterrada, eis que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), a segunda fase da Operação Omertà. O foco é o plano para matar autoridades em Mato Grosso do Sul, que inclui um promotor de Justiça do grupo e um delegado do Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Assaltos a Bancos e Sequestros).

Segundo a assessoria do MPE (Ministério Público Estadual), a operação cumpre 18 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Sidrolândia, Aquidauana, Rio Verde do Mato Grosso e Rio Negro, no Estado, e em João Pessoa (PB). A operação conta com policiais do Garras, do Garras e do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

A nova fase ocorre seis meses após a primeira etapa, quando a Operação Omertà prendeu o empresário Jamil Name, 83 anos, e seu filho, Jamil Name Filho, 42, acusados de chefiar o grupo de extermínio integrado por policiais civis e federal e por guardas municipais.

Só que os chefes estão isolados desde outubro, quando foi descoberto o suposto plano para matar o delegado Fábio Peró, titular do Garras. Na época, conforme as informações repassadas ao Poder Judiciário, o serviço de inteligência da Agepen (Agência do Sistema Penitenciário) descobriu a articulação do plano dentro do Centro de Triagem Anísio Lima, onde o grupo estava detido.

Na época, o advogado Renê Siufi negou as acusações e as classificou como fantasiosas. No entanto, os indícios convenceram os juízes e até ministros do Superior Tribunal de Justiça, que decidiram manter o grupo isolado no presídio federal potiguar, a 3,2 mil quilômetros da Capital.

Em conversas por meio de aplicativos de mensagens com a ex-esposa, Jamil Name Filho prometia promover a “maior matança de MS” e se gabava que o plano incluía de “picolezeiro a governador”.

O julgamento dos empresários pelo assassinato do estudante Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, morto por engano no lugar do pai, o capitão reformado da PM, Paulo Roberto Teixeira Xavier, começou no mês passado. Duas testemunhas de acusação alegaram depressão grave e pediram para não prestar depoimento. Uma delas será substituída pelo delegado João Sartori, do Garras.

O segundo julgamento, pelo arsenal de guerra encontrado na casa de Jamil Name no Bairro Monte Líbano, vai ocorrer no dia 29 de maio deste ano. O Gaeco prometeu dar mais detalhes da operação no decorrer do dia.