Operação do Gaeco mirou cinco empresas e ex-secretário municipal Rudi Fiorese

A “Operação Cascalhos de Areia”, deflagrada ontem (15) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) com apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) para cumprir 19 mandados de busca e apreensão contra organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro de contratos de manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário para a Prefeitura de Campo Grande, mirou cinco empresas e o ex-secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese.

 

Segundo o site O Jacaré, essas cinco empresas tinham contratos milionários com a Prefeitura de Campo Grande no período de 2017 a 2022 e seriam responsáveis por lesar os cofres públicos em mais de R$ 300 milhões com locação de máquinas e manutenção de vias não pavimentadas. A investigação é conduzida pelo promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público.

 

Inicialmente, o juiz Valdir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, negou o pedido feito pelo MPE (Ministério Público Estadual), mas os promotores de Justiça Humberto Ferri e Adriano Lobo Viana de Resende recorreram contra a decisão e a “Operação Cascalhos de Areia” foi autorizada pela 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

 

Os principais alvos da investigação são os empresários André Luiz dos Santos, o “Patrola”, que é dono das empreiteiras AL dos Santos e ALS Transportes, Mamed Dib Rahim, Edcarlos Jesus da Silva e Paulo Henrique Silva Maciel, que são sócios das empresas MS Brasil Comércio e Engex Construções, e Adir Paulino Fernandes, proprietário da JR Comércio e Serviços.

 

O empreiteiro Adir Paulino foi preso durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar por um revólver calibre 32 sem registro, que foi encontrado na Chácara Dirce, em Terenos. O MPE apura os crimes de fraude à licitação, corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa, entre outros crimes correlatos.

 

O objetivo é apurar se os contratos de locação de maquinários não eram simulação para desviar dinheiro público. Uma denúncia anônima teria apontado que só estava sendo locada uma pá carregadeira para servir de registro no caso. Os supostos desvios teriam ocorrido na gestão de Marquinhos Trad, de 2017 a 2022. O ex-prefeito renunciou ao mandato para disputar o Governo do Estado em abril do ano passado. Marquinhos ficou em 6º lugar na disputa.