O “bicho” não tem medo de cara feia! Gaeco faz operações contra mas apostas continuam na boa!

As operações que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MPE (Ministério Público Estadual), está deflagrando em Campo Grande desde dezembro do ano passado contra a organização criminosa que disputa pelo comando do jogo do bicho não estão inibindo as apostas na cidade, que continuam sendo feitas normalmente.

Na parte central da Capital e nos bairros mais distantes, conforme o Correio do Estado, é possível encontrar cambistas que anotam os jogos sem serem incomodados pelas forças da segurança pública. Enquanto o Gaeco cumpria dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão na cidade ontem (3), era possível flagrar “apontadores”, como são chamadas as pessoas que fazem os jogos, agindo tranquilamente pelas ruas de Campo Grande.

Apesar de as operações do Gaeco já terem culminado com as denúncias de 15 pessoas por organização criminosa armada “estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados” sob o comando do deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL), o Neno Razuk, o “nobre” político continua em liberdade porque a Justiça negou o peido de prisão devido ao fato dele ter imunidade parlamentar.

No entanto, três assessores dele já foram encarcerados por suspeitas de integrar a organização supostamente chefiada pelo deputado. Esses assessores teriam saqueado malotes com dinheiro de grupos rivais que também atuam no jogo do bicho. O recurso roubado seria parte da arrecadação das apostas. Os ataques teriam sido executados por policiais militares da reserva e também ex-PM ligados ao parlamentar.

De acordo com o Gaeco, a organização criminosa supostamente chefiada pelo parlamentar do PL, age de maneira violenta para estabelecer seu domínio, mesmo depois de uma ação policial que foi às ruas em outubro de 2023. Informou o Gaeco, que ainda assim, o grupo continuou a investir na aquisição de máquinas, para operar o jogo do bicho em Campo Grande.

A organização, sustenta o Gaeco, é integrada por policiais militares da reserva e de um ex-policial militar (excluído dos quadros da corporação), que se valiam de sua condição, “especialmente do porte de arma de fogo, como forma de subjugar a exploração do jogo ilegal aos mandos e desmandos da organização criminosa, tudo para tornar Campo Grande novo território sob seu comando”.

Cambistas ouvidos pela reportagem disseram acreditar que não só o deputado estaria supostamente ligado ao jogo, mas, sim, também outros grupos. Eles disseram que os “donos” dos jogos seriam daqui de Mato Grosso do Sul. “Acho que erra quem aponta que os bicheiros são de São Paulo ou Rio de Janeiro. Não precisaria disso”, opinou o cambista que não quis revelar o quanto receberia por apontar os jogos. “Pouquinho, mas vivo disso”, afirmou, apenas.

O cambista disse que o dinheiro das apostas que faz é recolhido uma ou duas vezes por dia por um “motoqueiro” que passa por sua banca. Na entrega, ele já recebe uma porcentagem do montante arrecadado. Questionado se já pagou “bons” prêmios, o cambista disse que já pagou, outro dia, R$ 10 mil a um apostador que o chamou de “felizardo”. Os jogadores, disse a fonte, normalmente jogam em bichos com os quais disseram “ter sonhado”.

Vai vendo!!!