Parece que já virou um dramalhão mexicano a decisão sobre a paternidade ou não do empresário campo-grandense Jamil Name, que faleceu no ano passado em Mossoró (RN) vítima de Covid-19 contraída no Presídio Federal onde estava preso sob acusação de chefiar milícia armada responsável por várias execuções em Mato Grosso do Sul.
O mais novo capítulo dessa “novela” é que um perito da 1ª Vara de Família e Sucessões de Osasco Vara de Osasco, no interior do Estado de São Paulo, vai definir a melhor forma para a realização do exame de DNA para definir se o comerciante Afrânio Alberto da Silva Brocuá, 57 anos, é filho de Jamil Name. Todo o procedimento será feito no Estado vizinho e vai definir se a herança do poderoso empresário terá mais um beneficiado.
A produção antecipada de provas foi feita pelo deputado estadual Jamilson Lopes Name (sem partido). Ele alega que Afrânio Brocuá não é filho de Jamil Name. Conforme o advogado João Paulo Sales Delmondes, o octogenário teria feito exame de DNA em Campo Grande, que descartou a paternidade. No entanto, o comerciante paulista ingressou com ação de reconhecimento de paternidade na 1ª Vara de Família e Sucessões de Osasco.
No entanto, o empresário se recusou a realizar o exame em São Paulo e a justiça paulista entendeu como recusa. Em decorrência disso, o comerciante ganhou a ação e o juiz determinou o reconhecimento da paternidade e a inclusão de Jamil Name como pai no registro de nascimento. Por isso, Jamilson Name ingressou com ação para realizar novo exame de DNA.
Ele ofereceu o próprio material genético ou o do pai coletado pelo Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul. Para dirimir qualquer dúvida, ele concordou até com a exumação do corpo do pai, sepultado no Cemitério Santo Antônio. O juiz Atílio César de Oliveira Júnior, da 12ª Vara Cível de Campo Grande, deferiu o pedido de produção de perícia.
No entanto, houve um erro na peça e o magistrado determinou a realização da perícia para verificar se houve danos em uma casa e para confirmar a realização de benfeitorias no banheiro e na lavanderia. Alertado por João Paulo Sales Delmondes da falha material, o magistrado publicou novo despacho para deixar a decisão clara. Ele determinou que a perícia seja feita em Osasco, cidade de Afrânio Brocuá.
Também deixou para o perito paulista definir qual será a melhor forma para verificar a paternidade, seja pelo material de Jamilson Name, pelo coletado de Jamil Name em vida ou pela exumação do corpo. A decisão da Justiça poderá excluir ou dar direito de Afrânio Brocuá brigar pela herança de Jamil Name, que construiu um império na Capital a partir do jogo do bicho e da venda de loteamentos urbanos.
Ele também era famoso pela compra de precatórios. Em entrevista para peritos na prisão, o empresário revelou que tinha mais de R$ 41 bilhões para receber de órgãos públicos. Com informações do site O Jacaré