Depois de um período longe dos holofotes, eis que o ex-vereador Ademar Vieira Junior, mais conhecido como “Coringa”, volta à cena e, mais uma vez, pela porta dos fundos. O político, cujo nome remete ao vilão e maior inimigo do Batman, perdeu a chance de sair por cima pela primeira vez desde que ocupou uma cadeira na Câmara de Vereadores de Campo Grande.
Em decorrência de o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS) ter sido nomeado ministro do Governo de Jair Bolsonaro, iniciado no último dia 1º de dezembro deste ano, o Coringa (PSD/MS) assumiu, ontem (2), em Brasília (DF), a cadeira de deputado federal deixada pelo agora ministro da Saúde. Ao invés de abrir mão dos vencimentos de cerca de R$ 100 mil por apenas 30 dias de “trabalho”, como muitos outros parlamentares tampão fizeram, ele não moveu um dedo nessa direção, alegando que pretende doar parte desse valor para uma instituição de caridade.
Nota-se, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), apareceu de camiseta para empossar coringa. Demonstrou muito “interesse” nesse ato.
Para assumir a cadeira temporariamente, o ex-vereador foi exonerado do cargo que ocupava na Prefeitura de Campo Grande, de subsecretário de Direitos Humanos. A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município, da última sexta-feira (28) e assinada pela prefeita em exercício Adriane Lopes (PEN), com efeito a partir do 1º de janeiro de 2019.
Nas redes sociais, Coringa divulgou vídeo da solenidade de posse e afirmou que, como primeiro ato, acompanhou a agenda de Mandetta em Brasília, durante o dia de ontem, afinal, graças ao ex-parlamentar vai receber um gordo abono. Na maior cara de pau, ele disse que, mesmo pelo curto período que ficará no cargo e com a Câmara em recesso, irá apresentar projetos que, segundo ele, podem ajudar milhares de pessoas.
“Vou apresentar um projeto de clínicas de recuperação para dependentes químicos no Ministério da Saúde”, disse, sem dar detalhes da proposta, afinal, não terá tempo hábil para isso e, mais uma vez, está jogando para a galera. O “novo” deputado federal receberá, por um mês, cerca de R$ 107.942,84. Os valores de custos foram somados da seguinte forma: R$ 33,7 mil de salário como deputado; R$ 40.542,84 de cota parlamentar e R$ 33,7 mil de auxílio mudança.