O narcotraficante argentino Jorge Adalid Granier Ruiz, mais como “Fantasma”, que foi preso em flagrante com documento falso de boliviano na BR-163, no município de Jaraguari (MS), ficará em Campo Grande (MS) até que saia a ordem de extradição para a Argentina.
Dono de tripla nacionalidade (argentina, paraguaia e boliviana), “Fantasma” tinha o nome na lista da difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional). O juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, decidiu pela conversão do flagrante em prisão preventiva pelo risco de fuga.
Por ser considerado homem de alta periculosidade, a audiência para verificar a legalidade do flagrante foi realizada por videoconferência. A PF (Polícia Federal) argumentou que o deslocamento do preso até a 3ª Vara Federal demandaria esforço logístico incomum.
O foragido da Justiça argentina nasceu na Bolívia e não fala português. Por isso, contou com a ajuda da intérprete para ouvir o que estava sendo dito pelo juiz, pela acusação e pela defesa, mas se manteve em silêncio.
Além da decretação da prisão preventiva, o juiz Bruno Cezar quebrou o sigilo telefônico de Granier Ruiz, autorizando que a PF vasculhasse os aparelhos celulares apreendidos com “Fantasma”, a mulher que o acompanhava, Marianne Villacicencio Roca, e o motorista, Valdeson Pereira dos Santos.
No Brasil, ele responderá pelo crime de falsidade ideológica, por ser pego com documentos em nome de Jorge Mendez Ardaya, boliviano que morreu em 2012, na BR-163. Também na tarde desta quarta-feira, o MPF (Ministério Público Federal) ofereceu denúncia contra “Fantasma”, que virou réu em processo que tramitará na Justiça Federal brasileira.
A família do estrangeiro contratou advogado para representá-lo em Mato Grosso do Sul. Haroldson Zatorre diz que recorrerá da ordem de prisão preventiva e afirma que o cliente nega as acusações de ligação com o tráfico internacional de cocaína.
Para o advogado, ele é empresário, tem seis filhos, a família mora na Bolívia e diz que as acusações feitas contra ele são meras ilações da polícia e Justiça argentinas. A defesa alega também que Granier Ruiz tem condição especial de saúde e que a prisão poderia ser substituída por medidas cautelares.