Segundo o site TopMídiaNews, o parlamentar já havia sido questionado sobre o caso, antes mesmo da operação, mas silenciou. Ainda em março deste ano, saltavam aos olhos o fato de uma empresa já investigada por suspeita de fraudes em licitações ganhar tantos contratos públicos.
Foi dito à época que as obras em diversos municípios eram conseguidas pela GTX mediante liberação de emendas do parlamentar. Além das emendas, Trad teria ajudado a articular financiamentos – alguns via Caixa Econômica – para que o dinheiro viesse e fosse possível contratar a empresa para executar as obras.
Dessa forma, a construtora ganhou contratos vultuosos em Bataguassu – foco da operação policial – Água Clara e Ivinhema, esta última com financiamento de R$ 56 milhões.
Somente Água Clara mantém contrato com a GTX na ordem de R$ 25 milhões. A cidade tem 15 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Ainda conforme o perfil, em 2021, primeiro ano de gestão da prefeita Gerolina Alves, a cidade pagou à empresa R$ 3 milhões em obras de pavimentação. No ano seguinte, mais R$ 4 milhões dos cofres públicos foram aportados à GTX.
Os dados estão no Portal da Transparência do Município e o que salta aos olhos são os contratos firmados de 2023 até o momento: mais de R$ 18 milhões pagos. São R$ 25 milhões até o momento.
De acordo com o explicado sobre a operação desta sexta-feira, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Jazida e cumpriu buscas em uma empresa que executa obras públicas na cidade de Bataguassu.
As investigações apuram fraude à execução de contratos de obra de asfaltamento no município de Bataguassu, na rodovia conhecida como Reta A1, Porto XV.
A obra foi iniciada no início do ano de 2022 e até hoje, ainda não foi concluída. Foi identificada uma relevante fraude, no que tange à extração de terra utilizada na obra.
Apesar de disposto no projeto executivo e orçamento da licitação, em completa afronta ao que se encontrava previsto, a empresa escavou e retirou volumes expressivos de terra em uma jazida irregular em uma propriedade privada, localizada próxima à obra.
Na terça-feira (24), antes da operação, a assessoria de Nelsinho foi questionada sobre a proximidade dele com a GTX. No entanto, foi dito apenas que ”no rito legislativo, o parlamentar faz a solicitação e o recurso vai direto para o município. Cabe a prefeitura a licitação”.
Vale lembrar que o dono da GTX, Ivan Félix da Silva, foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento na máfia das pirâmides do bitcoin. Ele tinha participação na Mineworld, empresa de compra e venda de criptomoedas, como o bitcoin, que teve sede em Campo Grande.
O caso envolvendo Félix foi destaque em rede nacional de televisão. Os donos são acusados de formar uma pirâmide financeira e lesar 50 mil pessoas, parte delas em Mato Grosso do Sul.