O padre de araque Kelmon Luis da Silva Souza, candidato do PTB à Presidência da República, voltou a ter seu suposto sacerdócio colocado em dúvida novamente. Depois que foi chamado de “padre de festa junina” pela também candidata a presidente pelo União Brasil, senadora caroneira Soraya Thronicke, em debate da Rede Globo transmitido em rede nacional, agora foi a vez do padre da Igreja Ortodoxa de Campo Grande, Antônio Nakkoud, dizer que não conhece Kelmon, que se diz padre ortodoxo e ganhou notoriedade pela postura no mínimo curiosa que adotou em campanha eleitoral.
Durante debate da Rede Globo na noite de quinta-feira (29), a senadora sul-mato-grossense Soraya e o suposto padre Kelmon entraram em atrito algumas vezes. Em uma das situações, a sul-mato-grossense questionou se o oponente não temia “ir para o inferno por dizer tanta mentira”. Ofendido, o candidato do PTB passou parte do tempo reclamando que foi tratado com desrespeito. Após a troca de farpas, ao fim de um dos blocos, a senadora foi sorteada para realizar perguntas justamente ao desafeto.
Antes de questioná-lo, no entanto, fez a última provocação, mandou um beijo para o padre Antônio Nakkoud que celebrou seu casamento. “Deu certo, o casamento deu certo, um beijo para o senhor que é padre de verdade”. Kelmon, por sua vez, rebateu alegando ser membro da Igreja Ortodoxa e, inclusive, afirmou conhecer o padre atuante em Campo Grande. Antônio, no entanto, nega a informação. “Pode ser que ele me conheça, muita gente me conhece, mas eu não o conheço, nós nunca conversamos”, garantiu ao site Campo Grande News.
O eclesiástico contou que entrou em contato com a Igreja Ortodoxa de Brasília para saber se de fato Kelmon é padre ortodoxo. “Não, ele não é reconhecido pela igreja”. Tanto que a instituição proíbe que seus integrantes sejam candidatos a qualquer cargo eletivo na esfera política. “Nós somos apolíticos. Nem podemos nos intrometer (em questões eleitorais), mas desejamos que Deus abençoe os candidatos, todos eles, para o bem da nação. É isso que queremos”.
Mesmo Kelmon usando o nome da Igreja durante a campanha eleitoral, nada será feito judicialmente contra ele por parte da Ortodoxa. Conforme o reverendo, as leis do Brasil garantem liberdade religiosa. “Talvez ele esteja fundando a própria igreja como fazem os evangélicos porque até as vestes como as nossas ele tem”, opinou. Apesar da história fantasiosa inventada em rede nacional pelo candidato, não há mágoa. “Todos são bem-vindos aqui, se ele quiser vir nos visitar, será um prazer”, finalizou o religioso nascido na Síria, filho de pais americanos e morador de Campo Grande há mais de 60 anos.
Kelmon se intitula padre e lançou candidatura para substituir o ex-deputado Roberto Jefferson que teve candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral. No dia 1° de setembro o plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) constatou que Roberto Jefferson está inelegível para disputar qualquer eleição até 24 de dezembro de 2023, devido aos efeitos secundários da condenação criminal imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2013. A decisão foi unânime e atendeu ao pedido do Ministério Público Eleitoral que impugnou a candidatura. Até então Kelmon era candidato a vice-presidente.
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