O empresário Jamil Name, 83 anos, preso desde o dia 27 de setembro durante a “Operação Omertà”, deve ser transferido do Presídio Federal de Mossoró (RN) para o Centro de Triagem Anízio Lima, situado no complexo penitenciário do Jardim Noroeste, em Campo Grande (MS).
A transferência, que sempre é feita sob sigilo, deve ocorrer a qualquer momento e a inclusão definitiva de Jame Name na unidade do Rio Grande do Norte foi negada pelo juiz federal Walter Nunes da Silva Júnior, que tinha aceitado a inclusão provisória por apenas 60 dias por entender que o estabelecimento não dispõe de condições para custodiar o detento, que é idoso e tem problemas de saúde que reclamam tratamentos específicos não oferecidos na penitenciária.
Jamil Name é suspeito de liderar uma organização criminosa apontada como responsável por diversos crimes de pistolagem ocorridos em Campo Grande, além de outros delitos. O filho dele, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, continuará sob custódia no Presídio Federal de Mossoró, em regime disciplinar diferenciado (isolamento), a exemplo dos policiais civis Vladenilson Olmedo e Márcio Cavalcanti.
O empresário foi levado para Mossoró no dia 12 de outubro, após a denúncia de um suposto plano de morte contra o delegado Fábio Peró, um dos responsáveis pelas investigações em torno da organização criminosa. Com a transferência, a defesa alegou que a remoção poderia piorar o estado de saúde de Jamil Name, explicando que ele é maior de 80 anos, tem diabete tipo 2 descompensada, sarcopenia e síndrome de idoso frágil, além de doença pulmonar obstrutiva crônica. Também teria sarna e problemas de audição e de locomoção.
Para devolver Jamil Name ao Estado, o juiz de Mossoró avaliou que o presídio federal não oferece, por exemplo, fisioterapia e fisioterapia respiratória, que são recomendações médicas para o interno. Foi dado prazo de 30 dias, a contar da última sexta-feira, para que o empresário seja trazido de volta a Campo Grande.
Na segunda-feira (9), o advogado Renê Siufi, que assiste Jamil Name, disse que a tendência é de que ele seja colocado no Centro de Triagem. A unidade é a única que teria, em tese, condições de abrigar Name em razão das condições de saúde apontadas. A informação foi confirmada pela Agepen, que não recebeu nenhum pedido de vaga. O estabelecimento não tem a estrutura que Name supostamente necessitaria em decorrência das recomendações médicas, mas o serviço poderia ser realizado fora do local – público ou particular –, mediante autorização judicial e sob escolta, ou mesmo ser realizado na unidade às expensas do preso.