Após reunião realizada ontem (5) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), o ministro da Defesa do país vizinho, Bernardino Soto Estigarribia, anunciou que a região fronteiriça com Mato Grosso do Sul vai continuar fechada devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19). Participaram do encontro com o ministro paraguaio o governador do Departamento de Amambay, Ronald Acevedo, e o intendente de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, que, com apoio dos comerciantes locais, queriam a reabertura dos acessos entre as cidades paraguaias e brasileiras.
No lado paraguaio, o comércio em geral, incluindo os shoppings de importados, está fechado desde a primeira quinzena de março e as fronteiras foram fechadas no dia 24 de março. Porém, desde ontem, está em vigor no Paraguai a chamada “quarentena inteligente”, que afrouxa um pouco as medidas de isolamento, mas o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, afirmou que as escolas e as fronteiras só serão reabertas na última etapa.
No mês passado, liderados pela Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, os empresários sugeriram a instalação de pelo menos três barreiras sanitárias para permitir a entrada de consumidores brasileiros. Porém, o ministro Bernardino Soto Estigarribia afirmou que devido à extensão de fronteira seca entre os dois países seriam necessários pelo menos 3.500 soldados do Exército paraguaio para impedir acesso nos demais trechos da Linha Internacional.
Atualmente, os militares fazem barreiras nos principais acessos e uma cerca de arame farpado foi instalada entre as duas cidades. Em entrevista coletiva a jornalistas na sede do governo de Amambay, o ministro deixou claro que não será atendido o pedido da Câmara de Comércio de viabilizar três ruas para entrada de trabalhadores, turistas e mercadorias. Segundo ele, o aumento recente dos casos confirmados de covid-19 no Paraguai ocorreu por causa de cidadãos paraguaios que estavam no Brasil e retornaram para aquele país.
Estigarribia disse que as medidas em vigor vão continuar por ser impossível fechar a fronteira e concentrar os acessos em três pontos. Entretanto, afirmou que mercadorias vão continuar entrando através do controle da alfândega paraguaia. “A fronteira segue fechada. Sabemos que existe sentimento comum entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, mas temos de fechar a fronteira porque entre os compatriotas que têm ingressado provenientes do Brasil temos muitos contagiados”, afirmou o ministro.