Na terra sem Lei, dívida de droga teria motivado atentado com dois mortos em festa no Paraguai

A Polícia Nacional do Paraguai suspeita que uma dívida de drogas tenha sido o principal motivo para o ataque a tiros ocorrido na noite de domingo (30) durante a festa com 20 mil pessoas em San Bernardino, no Paraguai. Duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas, sendo que os alvos seriam traficantes de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

No atentado, foram mortos Marcos Ignacio Rojas Mora, 29 anos, que seria traficante e um dos alvos dos atiradores, e a empresária e influenciadora digital Cristina Isabel Vita Aranda Torres, 29 anos, mulher do jogador de futebol Ivan Torres, do Olímpia, que foi uma vítima colateral do incidente.

Outros dois traficantes com atuação na fronteira ficaram feridos – José Luis Bogado Quevedo, 38 anos, procurado pela Justiça brasileira, e o boliviano Marcelo Eladio Monteggia Díaz, 40 anos. As outras três vítimas feridas eram frequentadores comuns da festa.

Segundo investigadores da Polícia Nacional, Marcos Mora estava devendo dinheiro de carregamento de cocaína e vinha sofrendo ameaças de morte e foi alvejado por oito tiros, morrendo no local. Marcelo Monteggia e José Luis Bogado Quevedo, que usava documento falso emitido em Mato Grosso do Sul, sofreram ferimentos superficiais.

Eles receberam alta terça-feira e estão presos, aguardando extradição para a Bolívia e para o Brasil, respectivamente. O chefe do Departamento Contra o Crime Organizado da Polícia Nacional, comissário Sergio Insfrán, disse que a principal hipótese é que Marcos Mora tenha comprado cocaína dos fornecedores pedrojuaninos para revender a pequenos traficantes nos arredores da capital do Paraguai e, como não pagou pelo carregamento, foi condenado à morte.

A Polícia encontrou no celular dele provas das ameaças que vinha sofrendo. Mora também estava vendendo móveis e eletrodomésticos de casa para tentar levantar o dinheiro. A mulher dele, de 37 anos, está desaparecida desde domingo. Policiais paraguaios ainda não informaram quais eram as ligações de Marcos Mora com José Luis Bogado Quevedo e com o boliviano Marcelo Monteggia.