Agentes da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) realizaram, nesta quinta-feira (27), a “Operação Ícaro” como parte das investigações de roubo de uma aeronave em Paranaíba (MS) e cumpriram dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão em residências, fazenda e em hangares do Aeroporto Municipal, além de diversas apreensões de interesse da investigação. Foram presos o piloto Edmur Guimara Bernardes e o funcionário público municipal Idevan Silva de Oliveira, que era o responsável pela recepção do Aeroporto de Paranaíba.
As prisões temporárias e demais diligências fazem parte das investigações após o roubo da aeronave de propriedade de um empresário da cidade, de matricula PR NAL, e do sequestro do piloto Edmur Guimara Bernardes, que acabou no comando do avião. Além do cárcere de Idevan Silva de Oliveira, funcionário municipal responsável pela recepção do Aeroporto de Paranaíba, por volta das 6 horas do dia 18 de junho.
Os fatos, além de impactarem a sociedade local, causaram surpresa quando, no dia 19 de junho, já quase ao anoitecer, o piloto pousou com a aeronave roubada no Aeroporto de Cáceres (MT), alegando que teria conseguido, durante um descuido dos sequestradores, fugir e decolar com o avião. Ele prestou declarações à Polícia Federal do Mato Grosso no mesmo dia e, após coordenação com a Deco, foi autorizado a retornar a Paranaíba no comando da aeronave, pousando no fim da manhã do dia 20 de junho, quando a aeronave foi devidamente apreendida junto com demais objetos de interesse de investigação.
O piloto relatou à equipe da Deco que fora sequestrado quando estava saindo de sua residência no início da manhã do dia 18 de junho, quando acabou rendido por criminosos que o obrigaram a deslocar se com seu veículo até o aeroporto municipal, de onde ultrapassou todas as medidas de segurança do hangar onde se encontrava a aeronave PR NAL com mais duas aeronaves de menor porte. Ele acabou decolando da pista do aeroporto na companhia de dois autores, enquanto Idevan era mantido trancado e amarrado por fios de mouse, até a decolagem da aeronave com segurança.
Edmur informou que foi obrigado a comandar a aeronave utilizando rota que compreendia uma fazenda na região de Concepción (PY), onde pernoitaram com a aeronave e local onde se encontrava uma liderança de organização criminosa aguardando para utilizar a aeronave para deslocamento até uma fazenda na Bolívia. No local, desembarcou a mando dos bandidos e, em um descuido, correu até a aeronave, arremessou as bagagens dos criminosos ao solo e decolou até Cáceres, onde pousou e avisou que estaria retornando à cidade de Paranaíba.
Já o funcionário público Idevan, ao ser ouvido na DP de Paranaíba, alegou que teria sido surpreendido quando encontrava se sentado em uma cadeira na recepção do aeroporto operando seu aparelho celular quando foi rendido e levado a um quartinho ali mesmo e trancado, com pés e mãos amarrados. Porém, que ouviu a movimentação e pode acompanhar a movimentação no local, não tendo visto qualquer ação no hangar, que foram registradas por câmera de circuito interno no local, visto que se trata do hangar com maior sistema de segurança e com câmeras de filmagem.
Diante das informações, realizou-se a reprodução simulada dos fatos com o piloto Edmur, quando questionamentos foram feitos pela equipe policial e perito criminal, os quais apresentaram demasiadas controvérsias quando comparadas com os diversos depoimentos prestados às mídias locais, bem como, das declarações prestadas tanto na PF, quanto na Delegacia de Paranaíba. Por interesse da investigação, representou-se por medidas temporárias de prisão e ainda buscas e apreensões, envolvendo residências, hangares e uma fazenda com o intuito de que efetivamente se esclarecessem os fatos, sendo que os presos Edmur e Idevan serão levados para a Capital para as diligencias policiais especializadas a cargo da Deco com vistas a esclarecer a ocorrência envolvendo o aeroporto municipal.