Na fronteira, caminhonetes roubadas no Brasil são vendidas a preço de carro popular. É brincadeira!

A fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, além de ser marcada pelos crimes de pistolagem e tráfico de drogas e armas, também é terreno fértil para arrastadores de veículos roubados no Brasil. No início desta semana, a Polícia Nacional do Paraguai interceptou uma caminhonete brasileira em posse de Claudia Giselle Guillén, auxiliar fiscal dos órgãos paraguaios.

Modelo do ano 2017, o veículo tem preço de mercado avaliado em R$ 220 mil em solo brasileiro, entretanto, de acordo com Christian Amarilla, chefe do Departamento de Control de Automotores, órgão responsável pela apreensão do veículo, o carro tem preço de mercado entre G$ 70 milhões e G$ 80 milhões, o que em reais gira em torno de R$ 58 mil.

De acordo com a polícia paraguaia, o caso é um entre os diversos envolvendo clonagem de placas e veículos dos dois países somente neste ano. Segundo os dados do Ministério Público do Paraguai, a funcionária recebe um salário em torno de R$ 2,7 mil mensais e o veículo, que pertence a um empresário brasileiro, teria sido furtado em novembro do último ano. O carro original seria de 2021 e não de 2017, fator que levantou suspeitas dos policiais.

De acordo com o site paraguaio ABC Color, o caso foi um dos principais destaques das últimas 48 horas no noticiário do Paraguai, tendo em vista que a motorista que conduzia a caminhonete se apresentou como funcionária do Ministério Público e foi filmada em atitude prepotente contra os agentes responsáveis pela apreensão.

Segundo os veículos locais, Guillén teve a liberação autorizada pelo promotor que estava de plantão no momento do ocorrido e, com ordem de prisão preventiva emitida na tarde de segunda-feira (13), apresentou-se às autoridades judiciais na manhã desta terça-feira (14). Claudia Giselle Guillén é filha de Ramón Guillén, que segundo as autoridades paraguaias compõe um esquema de associação criminosa responsável por assaltos a bancos.