O Diário Oficial do MPE (Ministério Público Estadual) publicou há uma semana a abertura de mais uma apuração, de responsabilidade da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, para investigar a existência de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
No entanto, o órgão insiste em ignorar a cedência da advogada Denise Puccinelli, filha do ex-governador André Puccinelli (PMDB), para trabalhar na Casa de Leis como assessora de gabinete parlamentar do deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), marido da senadora Simone Tebet (PMDB).
A tal cedência foi autorizada pelo MPE devido a pedido do ex-governador André Puccinelli ao então procurador-geral de Justiça, Humberto Brites. Ambos, para quem não sabe, têm uma ligação muito próxima e mantinham um diálogo afinado, tanto lá no MPE, quanto no Governo do Estado, e, obviamente, a vaguinha na ALMS foi solicitada na maior camaradagem.
A filha do ex-governador foi nomeada para o cargo de comissão de “Assessora de Gabinete Parlamentar XIX’’, símbolo PLAP.07.19, e a validade da nomeação ocorre desde o dia 9 de fevereiro de 2016, podendo ser prorrogada por mais um ano, o que aconteceu e, estranhamente, continua acontecendo, já que estamos em agosto de 2017 e a filha do ex-governador continua empregada na Casa de Leis.
Conforme a publicação do Diário Oficial do ano passado, o salário da assessora de gabinete é de R$ 3.398,93 mensais, conforme aparece no Portal da Transparência, porém, somando os penduricalhos, que nunca aparecem no Portal, o rendimento mensal somaria quase R$ 7 mil. O decreto que autorizou a nomeação da filha do ex-governador foi autorizado pelo deputado estadual Junior Mochi (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Na época, o Blog do Nélio entrou em contato com a Assembleia Legislativa para saber qual o trabalho que a advogada desenvolve lá, além do cartão de ponto com o horário e os dias trabalhados, mas não obteve sucesso. Também tentou junto ao MPE saber o porquê da cedência, já que, com tanta escassez de pessoal, o órgão ainda cede servidor para outro local que está inchado. Porém, mais uma vez, o retorno sobre as indagações foi infrutífero.
Agora, o MPE, por meio da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, a apura, a princípio, o caso de duas servidoras que ocupam o cargo de assessoras de gabinete parlamentar. Como no primeiro caso e também os muitos outros, essa investigação não deve dar em nada, ou melhor, vai terminar em pizza, afinal disso a Casa de Leis entende muito bem, não é mesmo?