O promotor de Justiça Marcelo Pecci afirmou, nesta terça-feira (26), que o jornalista brasileiro Lourenço Veras, o Léo Veras, foi executado a tiros no último dia 12 de fevereiro na própria residência, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), por incomodar, com suas “informações” e “opiniões”, o grupo criminoso controlado pelo narcotraficante brasileiro Sergio de Arruda Quintiliano Neto, mais conhecido como “Minotauro”, que está preso no Brasil.
Segundo as informações apuradas pelo Ministério Público do Paraguai, o jornalista foi executado porque informou às autoridades brasileiras sobre a verdadeira identidade de um dos mais importantes “soldados” da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), Ederson Salinas Benítez, mais conhecido como “Ryguasu”, que usava um documento falso com o nome de Edson Barbosa Salinas quando foi preso em Ponta Porã (MS) após uma briga no trânsito da cidade.
Porém, o promotor de Justiça assegura que existem várias versões sobre o motivo do crime, embora, para efeito da investigação, essas informações não têm relevância, mas são uteis para entender o contexto. No entanto, ele assegura que a execução se perpetrou, sem dúvida, devido a uma informação ou opinião que não foi aceita pelo grupo criminoso, sendo neste caso o PCC. “Creio que, talvez, após a extração de dados do celulares das pessoas presas no sábado (23) possamos ter um avanço sobre isso”, completou.
Em relação ao grau de envolvimento das 10 pessoas presas no fim de semana em Pedro Juan Caballero, ele respondeu que agora vai procurar encontrar esse ponto. “O que temos sobre essas pessoas é que elas são suspeitas e temos informações suficientes para pedir a prisão delas à Justiça. Elas têm informações importantes sobre a organização criminosa que matou o jornalista”, assegurou.
Nesse sentido, Marcelo Pecci disse que, sem dúvida, o ataque a Léo Veras foi realizado com ordem de “Minotauro”, que, mesmo estando preso no Brasil, ainda segue controlando a estrutura criminal do PCC na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. “Ele é o chefe, o líder e quem dá esse tipo de ordem”, concluiu o promotor de Justiça.