A luta pelo controle do tráfico de drogas e armas na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul fez mais uma vítima na tarde de ontem (18) na região de Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia (MS). Trata-se do 82º assassinato somente neste ano na região fronteiriça, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio, 20 em junho e 10 em julho.
Dessa vez a vítima foi produtor rural brasileiro Aguinaldo Corrêa Lemes, 48 anos, que foi executado com pelo menos sete tiros de pistola calibre 9 mm no pescoço e na cabeça. Os pistoleiros, um deles da facção criminosa brasileira Comando Vermelho (CV), foram presos quando tentavam fugir do local, sendo identificados como o paraguaio Wenseslao Oviedo Acosta, 38 anos, que mora no Bairro Operário, de Capitán Bado, e o brasileiro Rubén Torales Huerta, 29 anos, que tem dois registros policiais no Brasil e seria membro da CV.
Do poder dos assassinos foram apreendidas a motocicleta usada na execução e a pistola calibre 9 mm. Segundo os investigadores, a vítima residia em sua fazenda, onde criava bovinos, localizada na Colônia Paso Itá, distante cerca de 40 quilômetros de Capitán Bado. Aguinaldo estava dentro de sua caminhonete estacionado na Rua República Argentina quase esquina com a Avenida Internacional, em frente a uma loja de venda de baterias. Foi nesse momento que ambos os pistoleiros se aproximaram dele a bordo de uma motocicleta e um deles, presumivelmente Rubén Torales, o atingiu.
A vítima morreu quase instantaneamente depois de sofrer sete impactos, distribuídos na cabeça e no pescoço. Então os criminosos tentaram escapar da área para o território brasileiro. No entanto, policiais que estavam estacionados a poucos quarteirões do local foram alertados sobre o que tinha acontecido e, em uma rápida reação, chegaram ao local do crime. Os pistoleiros foram pegos em fuga e tentaram abrir caminho a tiros, o que gerou um breve confronto com os agentes, mas quando eles foram encurralados se renderam. Ambos se recusaram a deletar a pessoa que os contratou para o ataque.