Com a destruição de uma plantação de maconha, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, o ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro, e a ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, selaram, ontem (4), a “Operação Nova Aliança”, que une os três países no combate ao tráfico de drogas na região de fronteira.
No entanto, enquanto as autoridades do Paraguai, Argentina e Brasil lançavam a operação, a faixa de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul contabiliza uma triste estatística: o grande número de execuções na região promovidas pelo narcotráfico.
Com os assassinatos de uma criança de 4 anos de idade, do tio dela e de um jovem brasileiro natural do Rio de Janeiro, o número de assassinatos na fronteira do Paraguai com o Estado chega a 55 somente neste ano, sendo 11 execuções em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio e 3 em junho.
Alheios a isso, o presidente do Paraguai foi recepcionado pelo ministro da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), Arnaldo Giuzzio, que, na segunda-feira (3), se reuniu com o ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro.
“Nós nos sentimos compelidos a ter melhores resultados contra o crime organizado. O Paraguai avançou em termos de confisco como nunca antes em sua história”, disse Mario Abdo, referindo-se à destruição de uma plantação de maconha.
O chefe de Estado paraguaio também ressaltou que as operações no âmbito da “Operação Nova Aliança”, que busca compartilhar dados de inteligência e métodos de operações entre três países, já provocaram um golpe de mais de US$ 150 milhões no crime organizado.
Quando perguntado se as operações afetaram apenas os camponeses pobres vítimas do crime organizado, Abdo disse que eles não querem mais “simplesmente atingir o pequeno produtor”, mas os grandes membros do crime organizado.
“Estamos trabalhando para buscar culturas alternativas com assistência do Estado, assistência de crédito, assistência técnica e programas que comecem”, disse ele.
O executivo também adiantou o relatório que dará antes do congresso. “No próximo dia 1º de julho, quando vou ao Congresso para apresentar meu primeiro ano de gestão, discutirei a necessidade de articular uma estrutura financeira para que haja previsibilidade orçamentária e, assim, melhorar nossa capacidade operacional”, afirmou.