Moraes vota para condenar 5º bolsonarista de MS por atos de vandalismo em Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou pela condenação do motorista profissional Djalma Salvino Reis, 46 anos, a 14 anos de prisão no regime fechado pela invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília (DF), bem como ao pagamento de indenização por danos morais de R$ 30 milhões, a ser dividido entre todos os réus condenados pelos ataques de 8 de janeiro.

 

Ele é morador de Itaporã e pode ser o 5º bolsonarista de Mato Grosso do Sul a ser condenado pelos ataques. Djalma Reis foi preso dentro do Palácio do Planalto e comprometeu-se por gravar as imagens no próprio celular. Em grupos de aplicativos, ele festejou a tomada e ocupação do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto e acabou produzindo provas contra si, conforme o voto do ministro, com 108 páginas.

 

O julgamento do bolsonarista vai até a próxima sexta-feira. Geralmente, o placar na suprema corte terminava em 7 a 3 pela condenação. Os únicos votos contrários são dos ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

O morador de Itaporã pode ter o voto do ministro Flávio Dino. Djalma contou que chegou a Brasília na noite de sábado (7 de janeiro) e participou da manifestação no domingo esperando que fosse um ato pacífico. Ele confirmou que entrou no Palácio do Planalto, mas para se proteger e porque teria visto militares do Exército encaminhando idosos para o local.

 

O Ministério Público Federal opinou pela condenação de Djalma pelos crimes de abolição do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do Patrimônio Tombado e associação criminosa.

 

“Está comprovado, pelo teor do seu interrogatório, pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público, pelas conclusões do Interventor Federal, pelos vídeos produzidos pelo próprio réu, e outros elemento informativos, que DJALMA SALVINO DOS REIS buscava, em claro atentado à Democracia e ao Estado de Direito, a realização de um golpe de Estado com decretação de intervenção e destituição dos Poderes e, como frequentador do acampamento do QGEx naquele fim de semana e invasor de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, com emprego de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando o impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, tudo para depor o governo legitimamente eleito, com uso de violência e por meio da depredação do patrimônio público e ocupação dos edifícios-sede do Três Poderes da República”, avaliou o ministro.