O novo “patrão” dos integrantes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira do Paraguai com o Brasil, Sergio de Arruda Quintiliano Netto, mais conhecido como Minotauro, foi quem ordenou o ataque de um grupo com 30 pistoleiros à cidade paraguaia de Ypejhú, que faz fronteira com Paranhos (MS).
Segundo a Polícia do Paraguai, o alvo do ataque era o clã Alderete, tanto que a mansão onde moram os membros dessa família foi cercada pelos pistoleiros, que usaram fuzis e bombas contra o imóvel, bem como incendiaram os veículos que eram comercializadas pela garagem de propriedade dos Alderetes, que controlam o tráfico de drogas na região.
O atentado ao clã Alderete foi executado pouco depois das 3 horas de quarta-feira (19) por 30 pistoleiros, que invadiram a cidade a bordo de várias caminhonetes. Um grupo foi para a delegacia localizada no Bairro Virgen del Rosario e sitiaram 12 policiais que estavam descansando no lugar, enquanto outros foram para a mansão de Zacarias Alderete, distante a alguns metros de distância.
Os pistoleiros, que estavam vestidos com uniformes camuflados, arrastaram as três pessoas que estavam na casa: Aline Veron Vittencourt, um bebê de 6 meses de idade e Rosana Antonia Alderete Peralta. Elas foram levadas para uma praça em frente à residência, que fica a poucos passos do Tribunal de Paz local.
Rosana foi questionada sobre a localização de seu irmão Diego Zacarias Alderete e, como ela disse que não sabia, os bandidos começaram a disparar os fuzis contra o imóvel, bem como a lançar bombas, granadas de mão e dinamites contra a casa.
Uma parte da luxuosa casa foi destruída e todos os veículos que estavam no local também foram queimados ou explodidos, como foi comprovado mais tarde. Já na fuga para o território brasileiro os pistoleiros destruíram outros 13 veículos que estavam à venda em uma garagem pertencente à família Alderete.
Os investigadores da Polícia confirmaram que o alvo do ataque era Diego Zacarias Alderete, contra quem existe um mandado de captura internacional e que seria o principaal traficante de maconha na região após a queda do ex-intendente cidade, Vilmar “Neneco” Acosta Marques.
Diego foi o único sobrevivente de um ataque contra o seu clã em 2015. No tiroteio, que foi ordenado por um traficante brasileiro identificado como Luís Carlos Gregol, mais conhecido como “Tatá”, morreram Arnaldo Andres Alderete e quatro capangas.
Depois disso, Diego começou a caçar “Tatá”, que foi morto há um mês na cidade de Amambaí (MS). A Polícia afirma que o ataque à cidade de Ypejhú foi obra de “Minotauro” para vingar a morte de “Tatá”, que era membro do PCC, e, simultaneamente, encerrar o domínio de Diego Zacarias Alderete sobre o tráfico de maconha na região.